Na primeira vez que falou a um órgão de comunicação social português, no programa Grande Área, da RTP3, o ex-treinador do FC Porto lembrou que Pinto da Costa se despediu dele em lágrimas e lembrou que quando deixou a equipa ela ainda estava a lutar pelo título.

Sobre a rescisão e o porquê de não haver acordo, Lopetegui lembra que tem um contrato assinado, algo que não precisa de ratificação.

Rescisão de contrato: O acordo com o FC Porto era o contrato. Os contratos negociam-se até ao limite e é esse o acordo, nada mais. (…) Falar com o presidente pude falar sempre que foi necessário. Nas últimas três vezes que falámos foram chamadas minhas. Pinto da Costa despediu-se de mim com lágrimas e abraços. No dia a seguir, telefonei-lhe três vezes seguidas porque não me deixaram despedir-me dos jogadores. Senti que tinha esse direito. De qualquer forma, aprendi muito com o presidente.

Durante o verão, houve equipas que vieram perguntar pela minha situação e eu tinha uma cláusula que o FC Porto tinha para eu puder sair. Eu tinha assinado e por isso não havia qualquer questão. (…) Dá pena que queira desviar as atenções ao falar de mim, mas direi sempre o melhor do FC Porto.

Depois das minhas chamadas, no dia a seguir ao Rio Ave, nunca mais falámos. Despediu-se de mim com lágrimas, creio que sinceras. Espero que Pinto da Costa esteja melhor assessorado. Os acordos são para um lado e para outro. Se um clube quer um treinador tem de pagar a cláusula, se um treinador sai há um contrato e não há nada mais a falar. Há que cumprir o contrato. Ponto.

Toalha ao chão: Depois de um jogo em que não conseguimos ganhar, há que ponderar as coisas. Estávamos a tempo de conseguir todos os objetivos que tínhamos traçado na pré-época. (…) Somos profissionais e tínhamos grande ilusão. Quando fomos demitidos, cinco dias antes, éramos líderes. Dá-me pena que a situação desportiva tenha piorado uma barbaridade. Perdemos três jogos em 50, agora em 14 perderam 5. (….) Perdemos uma vez e tivemos contestação até às 5 da manhã. Agora perdem 5 jogos e não há nada. (…) Se coloquei o lugar à disposição? Claro que não. Nem vale a pena perguntar.

O FC Porto tem um plantel para conseguir competir e lutar com Benfica e Sporting. Quando perdemos um jogo, tivemos uma contestação enorme. Isso não é bom para os jogadores, para o clube. Alegro-me que o ambiente agora seja melhor para os jogadores. Porque mudou? Penso que o presidente pode estar melhor assessorado. Acho que Pinto da Costa é o que percebe mais de futebol no clube.

Relação com Pinto da Costa: O presidente já mais se meteu em alguma decisão minha e jamais o teria permitido. A grande maioria dos adeptos sempre me mostrou um grande respeito. Sempre tentei fazer o meu melhor.

Contratações: O presidente falou disso e eu sempre dei a minha opinião. Adrián Lopez? Tinha sido finalista da Champions e vencedor da Liga espanhola. Não quero acreditar que não o conheciam. (…) Já não estou no FC Porto, para o bem e para o mal. Espero que ganhem a Taça de Portugal. Desejo-lhes o melhor, ao clube, ao presidente e aos adeptos.

Futuro: Não tenho um interesse concreto. Queremos estar numa equipa que seja competitiva e que possa competir ao máximo nível. É isso que desejamos e que queremos.