POUPANÇA NO MINUTO
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"Mudança de Jorge Jesus foi quase um golpe de Estado no país"
Jesualdo Ferreira acredita que o momento anímico de FC Porto e Sporting poderá fazer a diferença no clássico.
© Reuters
Desporto Jesualdo Ferreira
Fora de Portugal desde o ano passado, quando trocou o Sporting de Braga pelos egípcios do Zamalek, Jesualdo Ferreira, agora treinador do Al Sadd, continua atento ao futebol português. Em entrevista ao jornal Record, o técnico português comenta os assuntos ‘quentes’ da atualidade, tais como a mudança de Jorge Jesus para Alvalade.
“A verdade é que o Sporting arrancou muito bem, de uma forma que foi quase um golpe de Estado. Aconteceu quase um golpe de Estado no país, com a mudança de Jorge Jesus para o Sporting. Trata-se de uma equipa que está em cima, que foi crescendo nos últimos três anos”.
Para Jesualdo Ferreira, o agora técnico do Sporting “não ficou no Benfica porque uma das partes não quis, ou as duas não quiseram”, e recordou os tempos que ele próprio passou em Alvalade.
“Já que ninguém o disse, digo eu: acho que fui capaz de ter a coragem de reformular as questões e trabalhar com alguns jogadores, o que não era fácil. Mas, ao mesmo tempo, foi um gozo tremendo ver aqueles rapazes crescerem (…). O Jardim, a seguir, foi o grande impulsionador dessa equipa, o Marco continuou, com um triunfo na Taça, e agora chegou o Jesus, que ganhou uma Supertaça e está na luta pelo campeonato”.
Questionado quanto ao clássico da 15ª jornada da I Liga, Jesualdo Ferreira admite que as duas equipas entrarão em campo com estados anímicos bem diferentes, pelo que “o momento atual poderá beneficiar o FC Porto”.
“Os jogadores do Sporting já lá estão há alguns anos, alguns sabem da história. Mas, neste momento, depois da derrota na Taça de Portugal e de perder o primeiro lugar no campeonato, está numa fase em que a condição anímica não é a melhor. Contudo, o FC Porto, apesar de estar agora em primeiro, também vem de uma eliminação na Liga dos Campeões, e no FC Porto a influência da saída da Liga dos Campeões em plena fase de grupos tem muito peso”.
Jesualdo Ferreira é um poucos técnicos que, em Portugal, passou pelos três grandes, e não esquece o superior nível de exigência de que foi alvo no Dragão.
“Quando ganhava um campeonato no FC Porto, sabia que o meu conta-quilómetros ficava a zero, tal o nível de exigência que existe no clube. Como profissional, e digo-o sem qualquer tipo de problemas, o êxito ou fracasso que se alcança no Benfica, ou no Sporting, tem maior expressão, é tratado de outra forma que no FC Porto”.
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