No último dia do mercado de transferências, o FC Porto oficializou a chegada de Jakub Kiwior para o eixo defensivo, que contou com uma autêntica revolução em relação à época passada.
No lote de defesas-centrais, Nehuén Pérez foi o único que resistiu, dado que Zé Pedro e Otávio foram transferidos para Cagliari e Paris FC, respetivamente. Iván Marcano terminou a carreira de futebolista, ao passo que Tiago Djálo foi 'devolvido' à Juventus, frutos dos comportamentos indisciplinares fora das quatro linhas.
Os 57 golos sofridos causaram um alerta na SAD, presidida por André Villas-Boas, que reforçou o setor mais recuado com as contratações do defesa-direito Alberto Costa e dos defesas-centrais Dominik Prpic, Jan Bednarek e agora Jakub Kiwior, proveniente do Arsenal.
Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, João Manuel Pinto elogia o mercado dos azuis e brancos.
"É sinal do crescimento de André Villas-Boas como presidente, conjugado com a visão de treinador, que ainda possui pelos seus anos de experiência. Rodeado das pessoas certas, ele fez ajustes muito importantes com jogadores que vão de encontro ao plano de jogo do técnico Francesco Farioli. Naquela zona do terreno, o FC Porto apresenta agressividade e enorme capacidade física nos duelos", começa por dizer o antigo defesa-central dos dragões na década de 90, realçando que Jakub Kiwior terá de esperar pela sua oportunidade para jogar:
"Equipa que ganha, não se mexe. Sei que tem se falado numa possível dupla Bednarek-Jakub Kiwior, mas seria ingrato para o Nehuén Pérez, que finalmente encontrou o seu espaço com exibições de grande nível, como aquela que se viu no Clássico, diante do Sporting. O Jakub Kiwior chega do Arsenal [2 milhões pelo empréstimo, com cláusula de compra fixada nos 17 milhões], mas não estamos a falar de um fora de série. Tem qualidade para acrescentar, para ser mais um no plantel. A época será longa e todos vão ter minutos, cabe a ele estar preparado quando for chamado."
O internacional polaco, de 25 anos, também poderá desempenhar a função de defesa-esquerdo ou até médio-defensivo, mas João Manuel Pinto, com uma internacionalização por Portugal, mantém a sua ideia.
"O Farioli não mudará em nada a estrutura que começou a época. Está a dar frutos e não há motivos para mudar só porque veio alguém do Arsenal, com todo o respeito. Este treinador parece-me fiel às suas origens, com um 4x3x3 já bem oleado. Ouvi falar de um sistema de três centrais, mas isso até arrepia os adeptos, pelo que aconteceu o ano passado. Quando mudas um sistema para três centrais precisas de muitas horas de trabalho e mexes em todos os jogadores. Isso poderá acontecer em alguns jogos, em que o FC Porto precisa de arriscar na procura do resultado, mas serão circunstâncias do jogo e não um plano inicial", assegura.
'All in' trará retorno desportivo?
Com um total de 10 reforços contratados neste verão, o FC Porto gastou um total de 111,35 milhões de euros, tendo também encaixado mais de 70 milhões com saídas, sendo que algumas delas até foram a custo zero.
Será que o montante dispendido é uma espécie de 'all in' do presidente André Villas-Boas em 2025/26?
"É o segundo ano de mandato, sendo que ele é o sucessor de Jorge Nuno Pinto da Costa, que elevou o clube a região do Norte a patamares superiores. Não podemos esquecer que André Villas-Boas pegou o FC Porto numa situação difícil a nível financeiro. Para se poder investir, há que fazer uma 'limpeza' e essa foi feita. O atual plantel tem qualidade e os níveis de confiança estão bastante elevados."
"No FC Porto não há tempo, os adeptos querem o título nacional e estão reunidas condições para tal acontecer. Será jogo a jogo e o objetivo mínimo é o segundo lugar, que garante a entrada nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. No entanto, os jogadores tudo farão para serem campeões, até por uma pessoa em especial: Jorge Costa. Ele está presente na memória de cada atleta e eles querem fazer uma bonita homenagem a uma pessoa que fez parte deste projeto", completa João Manuel Pinto, que realizou mais de uma centena de jogos pelos dragões, tendo contribuído para quatro campeonatos, três Taças de Portugal e duas Supertaças.
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