O FC Porto esteve particularmente ativo no mercado de transferências que encerrou na noite de segunda-feira. André Villas-Boas havia prometido um grande ataque ao defeso, com o objetivo de recolocar os dragões na rota dos títulos, e acabou por cumprir com a sua palavra, confirmando mesmo "o maior mercado da história" do FC Porto.
Com um total de 10 reforços contratados neste verão, o presidente do FC Porto deu novas 'armas' a Francesco Farioli, ao mesmo tempo que resolveu casos bicudos de jogadores que não entravam nas contas do treinador italiano.
Num total de 111,35 milhões de euros gastos em contratações, num valor que também inclui a compra do restante passe de Samu, o FC Porto também encaixou mais de 70 milhões com saídas, sendo que algumas delas até foram a custo zero.
Defesa remodelada
Um dos sectores que mais atenção mereceu foi a defesa. Alberto Costa (ex-Juventus, 15 milhões de euros), Dominik Prpic (ex-Hajduk Split, 4,5 milhões), Jan Bednarek (ex-Southampton, 7,5 milhões) chegaram no verão e com efeitos práticos nas escolhas de Farioli.
Apenas o defesa croata não é, para já, titular neste novo FC Porto, ao passo que Jakub Kiwior foi apresentado ontem, emprestado pelo Arsenal.
De resto, sobram Nehuén Pérez, contratado em definitivo, Francisco Moura, Zaidu e Martim Fernandes em relação ao plantel da época anterior. Em sentido inverso, saíram Tiago Djaló, Iván Marcano, Zé Pedro, Otávio Ataíde e João Mário.
O internacional português foi devolvido à Juventus e o experiente defesa espanhol terminou contrato. Zé Pedro transferiu-se para o Cagliari a troco de dois milhões de euros por metade do passo, ao passo que Otávio e João Mário, que rumaram a Paris FC e Juventus, respetivamente, renderam, juntos, quase 30 milhões de euros.
Ainda há o caso de Fábio Cardoso, que estava afastado do plantel. O defesa português rumou, sem custos, aos espanhóis do Sevilla.
Meio-campo com trio sobrevivente
A zona intermédia do campo também foi alvo de mexidas e apenas ficaram Stephen Eustáquio, Alan Varela e Tomás Pérez, este último que apenas chegou em janeiro.
Gabri Veiga (ex-Al Ahli, por 15 milhões de euros), que foi contratado ainda antes de o FC Porto disputar o Mundial de Clubes, Victor Froholdt (ex-Copenhaga, por 20 milhões), e mais recentemente Pablo Rosário (ex-Nice, por 3,75 milhões) são as 'caras novas'.
Em sentido contrário, Vasco Sousa foi emprestado ao Moreirense depois de renovar contrato, e Marko Grujic rescindiu contrato. O internacional sérvio era um dos jogadores com o vencimento mais elevado.
Romário Baró (Radomiak Radom) também foi vendido a título definitivo, com André Franco (Chicago Fire) e Iván Jaime (CF Montreál) a rumarem à MLS por empréstimo mas com opções de compra.
Mais poder de fogo
Na zona mais avançada, a maior aposta até foi a compra da totalidade dos direitos de Samu ao Atlético de Madrid. Depois de ter chegado ao Dragão um ano antes, e custado 15 milhões de euros, a direção portista aumentou a aposta no internacional espanhol, pagando mais 17 milhões.
Também Borja Sainz, contratado ao Norwich, por 13,3 milhões de euros, e Luuk de Jong, a custo zero, são reforços para a nova temporada e aumentaram o poder de fogo deste FC Porto.
O ataque continua, ainda, a contar com Pepê, William Gomes e Deniz Gul, para além de Rodrigo Mora. O jovem avançado de 18 anos chegou a estar na porta de saída, por não ser primeira opção de Farioli, mas o Al Ittihad não conseguiu convencer o FC Porto a libertar o jogador por menos do que 70 milhões de euros.
Gonçalo Borges (Feyenoord, 10 milhões de euros), Francisco Conceição (Juventus, 32 milhões), Danny Namaso (emprestado ao Auxerre) deixaram o Dragão.
A fechar, nota ainda para a mudança na baliza. João Costa, com formação no Olival, regressou ao FC Porto depois de uma boa época no Estrela da Amadora. Samuel Portugal foi cedido aos sauditas do Al Okhdood.
A promessa de AVB
Vale ainda recordar as palavras de André Villas-Boas, aquando a apresentação de Francesco Farioli como treinador do FC Porto, já depois de uma prestação abaixo das expectativas no Mundial de Clubes.
"Há uma parte que está relacionada com mudanças no plantel, com reforços que irão acontecer. Não havia dúvidas de que o início da época que a equipa que pusemos à disposição nos garantia sucesso. O FC Porto foi obrigado a operar em janeiro de determinada forma para que fosse viável. Há uma parte de compromisso desporto que perdemos devido à sustentabilidade financeira. Temos a facilidade agora de poder operar no mercado. Vai permitir outro nível de investimento. Podemos estar perante o maior mercado da história do FC Porto", prometera o presidente do FC Porto, no passado dia 7 de julho.
Quase dois meses depois, o tempo veio dar razão a Villas-Boas. O FC Porto gastou como nunca na busca pelo regresso aos títulos.
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