Francesco Acerbi protagonizou um momento menos positivo no final do treino do Inter esta sexta-feira. O defesa central italiano não gostou de um comentário feito por um adepto do Paris Saint-Germain alusivo à final da Liga dos Campeões e reagiu de forma impensável.
"Estou a falar a sério. Levar no cu não, não gosto. Saio de lá e ouço Acerbi-Barcola. Sou louco e vou dar cabo de ti", afirmou o defesa, segundo cita o TuttoSport.
A derrota pesada na final da Champions ainda 'assombra' o internacional italiano, com os 5-0 em Munique não serem relembrados da melhor maneira pelo jogador de 37 anos.
Confira o vídeo do momento:
Acerbi furioso per lo sfottò di un tifoso del PSG, che lo provocava inneggiando a Barcola: la sua reazione sta facendo discutere il web 🤯
— SpazioInter.it (@SpazioInter) June 20, 2025
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No entanto, esta não é a única polémica em que Acerbi esteve envolvido nos últimos tempos, com a recusa à seleção de Itália a ser a mais recente, não esquecendo o caso de alegados comentários racistas a Juan Jesus quando este jogava pelo Napoli, em 2024, tendo o azzurri sido absolvido.
O choque com Luciano Spalletti
Francesco Acerbi não era convocado para a seleção desde março de 2024, altura em que o selecionador italiano o tinha 'cortado' das contas para a seleção devido ao caso com Juan Jesus, tendo feito um comentário sobre a idade do defesa quando questionado sobre a razão de deixar o central do Inter de fora dos convocados: "Sabe quantos anos ele tem?", afirmou, segundo cita a UOL Esporte.
Mais de um ano após essa situação, Spalletti quis convocar Acerbi pela temporada de alto nível que realizou, mas o mesmo recusou a chamada.
"Depois de profunda reflexão, informei hoje ao selecionador que não vou aceitar a convocatória para a seleção italiana. Não é uma escolha que tomei de coração leve, porque vestir a camisola azul sempre foi uma honra e orgulho para mim. No entanto, senti que, à luz dos acontecimentos recentes, as condições para continuar este caminho pacificamente não existem. Não procuro álibis ou favores, exijo respeito. E se falta esse respeito por parte de quem deveria liderar um grupo, então prefiro afastar-me", comunicou o jogador.
"Sempre dei tudo, mas não fico onde não sou desejado e é claro que não faço parte do projeto do treinador. Esta é a minha decisão, e como disse, não é definitiva nem ditada pela raiva, muito menos pela 'depressão' por uma final da Champions perdida, mas apenas pela necessidade de dar um passo atrás. Desejo o melhor à seleção nacional e aos meus companheiros. Continuarei a apoiá-los com a mesma vontade que sempre mostrei em campo", acrescentou.
Spalletti não tardou em responder na conferência de imprensa para os efeitos da convocatória, afirmando que soube da decisão do atleta por mensagem.
"Ele informou-me sobre a decisão por mensagem esta manhã, depois falei com ele por telefone. Seguimos em frente. Não se trata de uma questão física. Ele refletiu sobre tudo o que aconteceu ao seu redor. Já tinha manifestado algumas dúvidas e é verdade que chegamos ao final da época sem energia. Não é fácil fazer estas convocatórias", adiantou o selecionador.
Agora, com Gennaro Gattuso no leme da seleção italiana, resta esperar para perceber se Francesco Acerbi poderá ser uma peça válida para os próximos compromissos internacionais, ou se continuará de fora das contas da azzurri.
A acusação de racismo
Em março de 2024, num jogo entre Napoli e Inter Milão, Juan Jesus queixou-se ao árbitro da partida de que Acerbi o teria chamado de "negro", mostrando a frase na camisola que remete para a luta contra o racismo no desporto.
O caso foi até à Federação Italiana de Futebol (FIGC), onde acabou por ser arquivado devido a "falta de provas em formato de áudio, vídeo ou de alguma testemunha". Essa situação acabou por retirar o defesa nerazzurri da seleção italiana.
Acerbi, caso fosse condenado pela FIGC, poderia mesmo ter sido castigado com 10 jogos de punição ou, no pior dos casos, ter sido suspenso por tempo determinado, segundo cita a Globo Esporte.
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