Após o deslize da passada quarta-feira frente ao Gil Vicente (0-0), o Sporting deparou-se com um jogo verdadeiramente de 'loucos', este domingo de Ressurreição, ao bater o Casa Pia (3-4) no Jamor, mantendo-se na perseguição ao pódio, ou por outras palavras, aos lugares de... Champions.

Os leões entraram praticamente a vencer com o golo de Francisco Trincão - com direito a recorde no campeonato de tão madrugador que foi -, mas a resposta de Rafael Martins não tardou em aparecer, num lance que ainda foi analisado pelo VAR.

Na reta final do primeiro tempo, os adeptos tiveram direito a assistir praticamente ao mesmo filme daquilo que tinha acontecido na reta final da partida. O Sporting 'trincou' um ovo de ouro com o bis do ex-Barcelona, mas o japonês Soma foi a tempo de restabelecer a igualdade antes do intervalo.

O conjunto de Rúben Amorim voltou a entrar de rompante, desta vez com golo de Pedro Gonçalves, mas o recém-entrado Felippe Cardoso aplicou novo golpe sob o lema "Não há duas sem três", ele que viria a ser expulso logo de seguida, possibilitando que Francisco Trincão assinasse o hat-trick no 3-4 final, já nos últimos minutos.

Desta forma, o Sporting conseguiu mesmo sorrir no jogo do 'toma lá, dá cá' e ainda persegue o objetivo de chegar ao pódio, embora se encontre a cinco pontos do Sporting de Braga e a sete do FC Porto, a sete jornadas do fim. Já o Casa Pia mantém-se no oitavo lugar, a seis pontos do quinto classificado Arouca e a três do sexto Vitória SC.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Francisco Trincão destacou-se, sem sombra de dúvidas, como a principal figura da partida pelo hat-trick que assinou, sendo que até teve tempo e espaço para alcançar a melhor marca da carreira numa época, superando o recorde de nove... com os atuais 11 golos. Além dos três golos - pelo menos um com nota artística e outro com recorde -, o avançado português ainda brilhou na jogada que deu o golo a Pedro Gonçalves, pelo que esta terá sido a melhor exibição desde que chegou ao emblema de Alvalade.

Surpresa

Pedro Gonçalves apontou um golo e uma assistência, mas destacou-se no desafio bem para além desses dados que (apenas) entram na ficha de jogo. O internacional luso praticamente não falhou nenhum passe, intercetou várias jogadas, sorriu em muitos duelos e o facto de se ter apresentado em posições algo diferentes entre o primeiro e o segundo tempo também foi uma surpresa para a defesa do Casa Pia. Basta ver o lance em que assiste para o golo madrugador de Trincão  o seu remate certeiro no segundo tempo.

Desilusão

Felippe Cardoso acaba por ser a desilusão da partida por força das circunstâncias. Em oito minutos em campo, o avançado brasileiro esteve no melhor e no pior, mas foi o lado negativo que acabou por conduzir ao resultado final. É certo que marcou o golo do 3-3 pouco tempo depois de entrar em campo, aos 64 minutos, mas não tardou em ser expulso por acumulação de amarelos ao levar a mão à cara de Pedro Gonçalves (66'), já depois de ter visto a primeira cartolina num lance com Coates.

Treinadores

Filipe Martins tem na defesa uma das maiores virtudes para aquilo que está a fazer este campeonato, mas se as coisas não correram bem nesse capítulo, até se pode dizer que a nível ofensivo tudo saiu muito melhor, com elevados níveis de eficácia. O treinador dos gansos não inventou na hora de fazer o onze, mas faltou exigir mais concentração à equipa no reatar da partida, já depois do aviso dado por Trincão... aos 17 segundos. As substituições pouco sumo deram ao jogo do Casa Pia.

Rúben Amorim optou por promover três mudanças que, taticamente, mexeram com todos os setores, face às entradas de Ousmane Diomande, Nuno Santos e Francisco Trincão, saltando à vista a curiosidade de os três jogadores que saíram do onze (Hidemasa Morita, Gonçalo Inácio e St. Juste) terem composto a tripla alteração ao intervalo. O reajuste das nuances em torno do jogo de Pedro Gonçalves foram fulcrais, mas o treinador dos leões não hesitou em alertar para a persistência de erros defensivos por parte da sua equipa.

Árbitro

Fábio Veríssimo protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, talvez um dos seus melhores jogos da temporada. Seguro na hora de apitar as faltas e coerente na hora de puxar dos cartões amarelos, o árbitro português soube como gerir a partida e também soube como e quando ouvir o VAR, tendo alterado uma decisão do seu assistente no primeiro golo do Casa Pia, sem nada mais a acrescentar.

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