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"É fácil comparar Djokovic a Cristiano Ronaldo pela polémica que geram"

A antiga tenista Barbara Schett perspetivou, ao Desporto ao Minuto, a próxima edição do Australian Open, e revelou quem parte como favorito e o que podemos esperar da parelha lusa que integra o quadro masculino de singulares.

"É fácil comparar Djokovic a Cristiano Ronaldo pela polémica que geram"

É já na próxima segunda-feira que arranca o primeiro Grand Slam da temporada 2023. A edição do Australian Open que conta novamente com o seu máximo campeão, Novak Djokovic com nove conquistas, depois do sérvio ter sido deportado, há um ano, por não estar vacinado contra a Covid-19.

Um torneio que vai contar com a participação de dois tenistas portugueses no quadro masculino de singulares. Na ronda inaugural, João Sousa terá pela frente o espanhol Roberto Bautista Agut, já Nuno Borges medirá forças contra o italiano Lorenzo Sonego.

Dois embates de enorme dificuldade e que foram perspetivados pela antiga tenista, Barbara Schett, ao Desporto ao Minuto, em parceria com a Eurosport Portugal.

“Não vai ser um duelo fácil. Afinal, Batista Agut é um tenista bastante experiente, já está no circuito há bastante tempo e afirmou-se durante vários anos no top20 do ranking ATP. Será um oponente muito difícil de bater, mas, quando estás diante de um rival desta craveira, também sabes que não tens nada perder e tens tudo a ganhar. Ninguém está à espera de nada, mas acredito que João Sousa pode protagonizar uma grande surpresa. Já sobre Nuno Borges, penso que é um caso similar. Um jogador que está a conquistar o seu espaço na modalidade e que vai ter pela frente um obstáculo difícil, mas com algumas diferenças. Se Batista Agut pauta-se por uma regularidade de resultados, já Sonego oscila bastante durante a época, e mesmo durante os encontros com vários ‘altos e baixos’. Acredito que os dois tenistas portugueses terão a sua ‘janela de oportunidade’ para surpreender e avançar para a segunda ronda”, começou por dizer a antiga desportista australiana, antes de se debruçar sobre o que distingue um bom tenista de um tenista 'top' à escala mundial.

Notícias ao Minuto [João Sousa e Bautista Agut a competir, lado a lado, no Dubai, num duelo de pares masculinos]© Getty Images  

“Há muito bons tenistas. Afinal, todos os que chegam a um Grand Slam já pertencem a esse nível, mas o que faz esses bons tenistas progredirem para um nível maior passa pela conquista de Majors. Um tenista de nível ‘top’ tem de roçar a perfeição e apresentar níveis físicos, táticos e mentais elevadíssimos para se conseguir manter nesse patamar. E, depois, há um ponto muito importante, e aí é onde se vê a força dos grandes campeões: a maneira como reagem à adversidade, como, emocionalmente, são capazes de dar a volta a um resultado ou suplantar os decibéis de um público que torce contra eles. Alguém como Rafa Nadal ou Djokovic na variante masculina, ou Iga Swiatek no setor feminino, têm essa fibra de ‘jogadores top’ e mostram-no em court”, complementou Barbara Schett, antes de ir ao tema que está no centro do 'furacão' tenístico. Como será recebido Djokovic em Melbourne, após o que sucedeu há um ano?

“Essa é a questão. Nós já tivemos uma amostra do que poderá ser o acolhimento do público em Melbourne pelo que vimos no torneio de Adelaide, onde ele foi recebido bastante bem e com bastantes aplausos. Penso que o ano passado foi bastante difícil para ele, e vimos que, durante a fase pior da Covid, ele não teve a melhor receção dentro dos courts. Direi que a situação da deportação ainda não está ‘digerida’, mas Djokovic sente também aquela vontade de fazer as pazes com Melbourne. Acredito que o público também não está esquecido do que se passou, mas quer voltar a ver o seu grande campeão em ação”, asseverou, deixando uma certeza sobre a 'pole position' da corrida ao título em Melbourne.

“Penso que Djkovic parte como grande favorito. Ele sente-se muito confortável em jogar em Melbourne e tem uma enorme vontade em conquistar o seu 10.º Australian Open. Ele não tem jogado muito nos últimos anos e tem gerido muito bem a sua carreira, sabendo que também a idade passa por ele. Teremos de ver como a lesão na perna esquerda e os incómodos físicos que tem sentido se vão manifestar nos próximos dias, mas, apesar de tudo, vejo-o como o máximo favorito. Se jogar como jogou no ano passado, Djokovic é imparável. Nadal também não jogou muito desde o último US Open, e, agora, também está muito concentrado no novo papel que desempenha, o de pai, mas nunca podemos descartar o espanhol. Se há jogador capaz de nos surpreender, é ele. À semelhança de Nole, também os problemas físicos poderão ser a maior incógnita e factor de imprevisibilidade para o maiorquino no decorrer do torneio”, acrescentou, descartando comparações entre os maiores astros do ténis e do desporto-rei.

“Eu não sei se existe um Ronaldo no mundo do ténis, até porque falamos de um jogador único. Quiçá até seja injusto transportar a comparação de Messi e Ronaldo para o mundo do ténis… Mas, agora, muitas das vezes, é fácil comparar Djokovic a Ronaldo pelo nível de polémica que geram”, frisou. 

Notícias ao Minuto [Cristiano Ronaldo, com a namorada e o filho, a assistirem, em 2018, a um jogo de Djokovic na O2 Arena, em Londres]© Getty Images  

Nos últimos meses, o ténis também se pautou por discursos proferidos por desportistas sobre várias temáticas que vão marcando a sociedade global. E devem ou não fazê-lo? Deve ou não um tenista ser mais um participante e uma voz ativa na luta contra uma guerra, desigualdades sociais ou outras temas de cariz político/religioso?

“Há tenistas como Coco Gauff que gostam de comentar sobre temas políticos e, neste caso, de falar o que se passa na atualidade política norte-americana, mas, depois, temos os tenistas russos a serem, várias vezes, castigados com perguntas sobre a guerra. Não é uma situação fácil e, no meu caso, eu sempre preferi não fazer grandes discursos sobre temas que derivassem para fora dos courts, porque eu tenho as minhas próprias ideias e que acabam por, muitas das vezes, ser controversas. Prefiro focar-me no meu desporto e deixar os meus ideais, religiosos ou políticos, na minha redoma. Agora, se um tenista decide comentar um determinado tema, fora da bolha desportiva, está no seu direito e não deve ser criticado por isso”, rematou.

Leia Também: Nadal e Djokovic só podem encontrar-se na final do Open da Austrália

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