POUPANÇA NO MINUTO
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"Maradona era um artista, com os mesmos excessos dos artistas"
Antigo treinador francês lembra que astro argentino tinha vida complicada fora dos relvados.
© Reuters
Desporto Wenger
Arsène Wenger, antigo treinador do Arsenal, em declarações reproduzidas pelo Mundo Deportivo, aborga este domingo a figura de Diego Armando Maradona. O ex-técnico francês, agora chefe do desenvolvimento global do futebol da FIFA, diz que poucos viu como o El Pelusa, que ele considera "um artista", mas lembra que a Argentina, apesar de ter os melhores futebolistas do mundo, continua a ter dificuldade para se afirmar em termos de campeonatos mundiais.
"Maradona tem algo mágico. Ele era um artista, mesmo com os excessos dos artistas, um génio, mas também com seu próprio mundo. Todos nós gostaríamos de ter sido Maradona, para lá de todas as coisas estúpidas que ele fez na sua vida, porque ele é do jeito que é, ele é um todo, ele é genuíno ”, afirmou Wenger.
“Tive o prazer de treiná-lo (Maradona) quando ele já tinha mais de 50 anos. Ele não estava bem, mas quando tinha a bola nos pés era mágico e todos no campo de jogo, ele jogou com Baggio e Del Piero, entregavam-lhe mais a bola", lembrou o francês..
“Quando estava no AS Monaco, ele (Maradona) estava no Napoli, no melhor momento da sua carreira. Para dar um exemplo de como era especial, um dia fui ver o Sampdoria-Napoli. No Gazzetta dello Sport, eles disseram que 'Maradona não ia jogar hoje porque ele não viajou coma equipa'. Fui assistir ao jogo no domingo de manhã e vejo Maradona no campo. Ele viajou de avião particular naquela mesma manhã, empatou em 1 x 1 e ele marcou o golo do Napoli. Ninguém imagina que isso possa acontecer num jogo importante", explicou Wenger, falando depois sobre o insucesso albiceleste nas grandes competições.
"É estranho que ainda hoje a Argentina tenha o melhor jogador do mundo, mas que não consigam vencer o Mundial (...). O interessante é que Messi é exatamente o oposto de Maradona, que era mais extrovertido. Ele é mais calmo, introvertido, não fala muito. São dois génios, Messi certamente ganhou mais no nível de clubes, mas para alcançar o reconhecimento absoluto, como Maradona, teria que fazer isso com a Argentina e estave muito próximo", sentenciou.
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