Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting em setembro de 2018, já com a temporada em andamento, e poucos dias depois do fecho do mercado de transferências.
A primeira face demonstrada pelo leão de Varandas foi, por isso, condicionada pelo planeamento da Comissão de Gestão, então liderada por José de Sousa Cintra, que assumiu funções na sequência da saída de Bruno Carvalho.
Foi em janeiro do ano seguinte que o novo presidente leonino teve a oportunidade de fazer chegar a Alavalade os seus primeiros reforços para a equipa principal do Sporting, já depois de ter despedido José Peseiro e ter contratado Marcel Keizer para ocupar o cargo de treinador.
Desde então, Varandas, que escolheu Hugo Viana para ser o diretor desportivo do seu projeto, já gastou quase 40 milhões de euros em novos jogadores para o plantel principal verde e branco. Um investimento significativo em pouco menos de um ano e meio e num total de três janelas de transferências, sendo que a atual está ainda a uma semana do seu término.
Muitos milhões, mas poucas entradas no onze
Analisando o lote de futebolistas contratados por Varandas, salta à vista o pouco impacto que as contratações do presidente do Sporting tiveram no onze inicial leonino.
Em janeiro de 2019, durante o seu primeiro mercado como líder do emblema lisboeta, Varandas fez chegar Tiago Ilori, Cristian Borja, Idrissa Doumbia, Gonzalo Plata e Luiz Phellype, mas apenas o médio costa-marfinense e o avançado brasileiro têm sido apostas regulares entre os titulares do Sporting.
No último verão, Luciano Vietto, Rafael Camacho, Valentin Rosier, Eduardo Henrique e Luís Neto foram contratados em definitivo, com Jesé, Yannick Bolasie e Fernando a chegarem a Alvalade na condição de emprestados. Mais uma vez, entre o lote de reforços que aterrou em Alvalade vislumbraram-se poucas entradas diretas no onze; apenas Vietto e Bolasie são presenças assíduas entre os titulares.
Os reforços de Varandas:
Reforços contratados por Frederico Varandas | Custo da transferência |
Idrissa Doumbia | 3,8 milhões de euros |
Cristian Borja | 3,2 milhões de euros |
Tiago Ilori | 2,4 milhões de euros |
Luiz Phellype | 500 mil euros |
Gonzalo Plata | 1,1 milhões de euros |
Luciano Vietto | 7,5 milhões de euros |
Rafael Camacho | 5 milhões de euros |
Valentin Rosier | 5 milhões de euros |
Eduardo Henrique | 3 milhões de euros |
Luís Neto | Transferência livre de encargos |
Jesé | Empréstimo |
Yannick Bolasie | Empréstimo |
Fernando | Empréstimo |
Andraz Sporar | 6 milhões de euros |
Total: 14 jogadores | Total: 37,5 milhões de euros |
Um reforço para mudar o atual paradigma
Quarto classificado a meio da presente edição do campeonato nacional, a 19 pontos da liderança, o Sporting chegou a este mercado de janeiro ciente da necessidade que existe de reforçar a equipa para o que falta da temporada.
Ainda assim, até ao momento Varandas fez chegar apenas um jogador ao reino do leão, o avançado esloveno Andraz Sporar. Aos 25 anos, o ponta de lança, que jogava no Slovan Bratislava, atravessa uma das melhores fases na carreira, tendo apontado 21 golos (em 26 jogos oficiais) em 2019/20.
A expectativa é que Sporar terá pouco tempo em agarrar um lugar no onze e que se afirme como a referência ofensiva de que os leões tanto necessitam, fazendo esquecer Bas Dost - algo que Luiz Phellype não tem conseguido fazer.
O Sporting investiu, no imediato, seis milhões de euros no seu passe, tornando-o no quarto ponta de lança mais caro da história do clube. Um investimento desta magnitude, sobretudo tendo em conta a situação financeira do conjunto verde e branco, obriga a que Sporar tenha um impacto imediato na equipa. Veremos se Varandas acertou, desta vez.