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Maria Isabel Barreno: Ministro destaca defesa dos direitos das mulheres

O Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, destacou hoje a "voz ativa" de Maria Isabel Barreno, escritora hoje falecida, aos 77 anos, na defesa dos direitos das mulheres.

Maria Isabel Barreno: Ministro destaca defesa dos direitos das mulheres
Notícias ao Minuto

22:33 - 03/09/16 por Lusa

Cultura Reação

Numa nota de pesar divulgada pelo gabinete do ministro da Cultura, pela morte de Maria Isabel Barreno, o responsável recordou que a escritora nasceu em 1939, "num regime opressor".

"A riqueza do seu pensamento e o rigor dos seus princípios em muito contribuíram para termos hoje uma sociedade mais justa, livre e igualitária", salienta Luís Filipe Castro Mendes na nota de pesar.

A escritora e investigadora Maria Isabel Barreno é co-autora, com Maria Teresa Horta, e Maria Velho da Costa, da obra "Novas Cartas Portuguesas", uma das mais perseguidas pelo regime do Estado Novo.

Nascida em Lisboa a 10 de julho de 1939 e licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a feroz defensora dos direitos das mulheres ficará para a história como uma das "Três Marias", nome por que ficou conhecido o processo em que foram julgadas, durante o Estado Novo, pela escrita da obra de alegado "teor pornográfico", publicada em 1971.

Ao fim de mais de dois anos, o julgamento, acompanhado de perto pela imprensa internacional, terminou com a absolvição das três escritoras, já após a Revolução de 25 de Abril de 1974, e a obra passou a ser encarada não só como um tratado sobre os direitos das mulheres em Portugal mas, mais que isso, como "um libelo contra todas as formas de opressão", como a descreveu a escritora Ana Luísa Amaral em 2010, quando a obra foi reeditada pela Sextante, com anotações suas.

Trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e Conselheira Cultural para o Ensino do Português em França e publicou 24 títulos, entre romance e investigação na área da Sociologia.

Recebeu diversas distinções, entre as quais o Prémio Fernando Namora, pelo romance 'Crónica do Tempo' (1991), e o Prémio Camilo Castelo Branco e o Prémio Pen Club Português de Ficção, pelo livro de contos 'Os Sensos Incomuns' (1993), e em 2004 foi feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

'Vozes do Vento', sobre a história dos antepassados do seu pai em Cabo Verde, foi o último romance que publicou, em 2009, após uma pausa de 15 anos na escrita durante a qual desenvolveu atividades noutros campos artísticos, nomeadamente as artes plásticas, com várias exposições de desenho e tapeçaria. Depois, em 2010, editou ainda o livro de contos 'Corredores Secretos (seguido de 'Motes e Glosas')'.

Maria Isabel Barreno será cremada no domingo, às 17:00, no cemitério dos Olivais.

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