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Teatro do Bairro estreia 'Cimbelino', uma obra de Shakespeare

A peça 'Cimbelino', de Shakespeare, pelo Teatro do Bairro estreia hoje em Lisboa, nas ruínas do Convento do Carmo, numa encenação de António Pires que "joga com as memórias", como afirmou á Lusa.

Teatro do Bairro estreia 'Cimbelino', uma obra de Shakespeare
Notícias ao Minuto

07:30 - 03/08/16 por Lusa

Cultura Encenação

Sendo um texto do período final de William Shakespeare (1654-1616),o dramaturgo "joga com o próprio trabalho dele", disse o encenador, referindo que sendo personagens desta trama dramatúrgica, têm reminiscências de personagens de outras peças suas, "não sendo uma colagem de textos, como é óbvio".

A peça baseia-se na história de Cunobelino, rei da Britânia, durante a ocupação romana da região. "Um rei, cego pelo fogo de uma paixão não correspondida por uma rainha sem escrúpulos e incapaz de amor, esquece o seu dever e deixa que a sua terra adoeça, mergulhada na mentira, corrompida pelo dinheiro e pelos jogos de poder", adianta em nota o Teatro do Bairro.

Por outro lado, realçou António Pires, "é um texto muito aberto, que tão depressa estamos em comédia, como estamos em tragédia ou drama. De repente há um ambiente que parece um conto de fadas, seguido de outro totalmente diferente, de drama ou comédia"

"Uma característica de grande liberdade do autor é também uma quase ausência de um tempo naturalista ou realista, se quisermos, tão depressa as personagens estão na Britânia, como estão em Roma, ou no País de Gales e de uma forma muito rápida, quase como se fosse uma montagem cinematográfica, há uma característica cinematográfica muito engraçada no texto, mas que não é comum em Shakespeare".

Há aqui um jogo contínuo com a própria cultura ou com a memória cultural dos espetadores" e foi aqui que António Pires se inspirou para ir buscar referências à pintura, à música, nomeadamente para os figurinos desenhados por Dino Alves.

"Eu amplifiquei este jogo de memórias, por exemplo no trabalho com o Dino Alves, há duas meninas que parecem 'Las meniñas', do Velásquez, o doutor tem a cabeça cheia de cobras, que faz lembrar a 'Medusa', do Caravaggio, e na música há uma certa sonoridade que nos lembra qualquer coisa que já ouvimos ou que nos assemelha a algo", contou.

Outro fator decisivo foi o espaço onde se monta o cenário, as ruínas do convento do Carmo, "o facto de estar ao ar livre, esta cor, o céu, a organicidade da pedra está muito ligada ao texto, e com que sonhei para esta encenação".

Adriano Luz lidera um elenco que inclui João Araújo, João Barbosa, Ricardo Aibéo, Rita Loureiro e ainda atores da Act School, designadamente Aine Mar, Anna Knipper, Carolina Crespo, Carolina Santarino, Catarina Lima, Diogo Velez, Duarte Jardim, Filipa Matos Rosa, Graciano Amorim, Joana Luz, João Harrington Sena, José Pimentão, Lara Silva, Margarida Alves de Brito, Margarida Ramirez, Mariana Rei, Paulo Morais, Rui Ferreira Macedo, Sandra Rosário, Sara Almeida e Vera Lagoa.

‘Cimbelino’ é, na perspetiva de António Pires, "uma peça muito livre, mesmo. Parece que Shakespeare já não está com preocupações".

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