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Exéquias do artista plástico António Inverno realizam-se na segunda-feira

As exéquias do artista plástico António Inverno, falecido na passada quinta-feira aos 71 anos, em Lisboa, realizam-se na segunda-feira, em Colares, no concelho de Sintra, disse hoje à Lusa fonte próxima da família.

Exéquias do artista plástico António Inverno realizam-se na segunda-feira
Notícias ao Minuto

17:32 - 23/07/16 por Lusa

Cultura Colares

O velório realiza-se a partir das 15:30 de segunda-feira à igreja da Misericórdia, em Colares, nos arredores de Lisboa.

Na terça-feira realiza-se a cerimónia religiosa pelas 12:00, seguindo-se o funeral até ao crematório de Barcarena, no concelho de Oeiras, onde às 13:00 tem lugar uma cerimónia de despedida.

Nascido em Monsaraz, em 1944, António Inverno entrou para a Escola António Arroio, em Lisboa, aos 14 anos, tendo tido como artistas responsáveis pela sua admissão - um requisito de ingresso, na época, para pessoas com poucos recursos financeiros -, os pintores Júlio Pomar e Bernardo Marques.

António Inverno estudou e trabalhou no ateliê do pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista Jorge Barradas, na fábrica da Viúva Lamego, em Lisboa.

Em 1964, concluiu o curso de gravador litógrafo e, quatro anos depois, partiu em serviço militar para a Guiné-Bissau. Sobre este período afirmou numa entrevista: "Não a fiz a favor de Portugal, nem a favor de ninguém. Fiz a guerra por minha conta".

Pintor e especialista em serigrafia, Inverno foi colaborador da revista Seara Nova, e trabalhou com artistas como Júlio Pomar, Marcelino Vespeira, António Charrua, Eduardo Nery, Maria Keil, Francisco Relógio, Jorge Vieira, Espiga Pinto, Paula Rego, Manuel Cargaleiro, Artur Bual e Mário Cesariny, entre outros, realizando várias serigrafias dos diferentes artistas.

Fez parte, tal como Almada Negreiros, dos criadores escolhidos para a decoração de interiores do edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Em 1972, abriu um ateliê de serigrafia na rua da Emenda, na capital portuguesa, espaço também de várias tertúlias, e veio mais tarde a ter uma ateliê em Beja, de onde foi desalojado. Trabalhava atualmente na Escola Superior de Educação da capital baixo-alentejana.

António Inverno foi sócio fundador da associação AR.CO - Centro de Arte & Comunicação Visual e do Centro Cultural de Almada, onde participou em várias ações de dinamização cultural.

Era membro da Academia Nacional de Belas-Artes, sendo atualmente professor na Escola Superior de Educação de Beja.

O artista realizou cartazes para peças de teatro, entre as quais "O suicidário", de Nikolai Erdman, protagonizada por Mário Viegas, no Teatro Aberto.

Em 1995, venceu o Prémio Nacional de Pintura da Academia Nacional de Belas-Artes.

O Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

No ano passado, em maio, inaugurou uma exposição de pintura e serigrafias, na Galeria dos Escudeiros, em Beja.

Sobre as obras de arte afirmou numa entrevista à imprensa: "O pintor só considera a obra concluída quando abre mão dela e perde completamente o seu contacto, caso contrário, nunca cessa de lhe vincar mais um contorno, de lhe meter aqui mais luz ou de lhe sombrear ali uma expressão".

O artista está representado em várias coleções públicas e particulares, assim como em museus, em Portugal e no estrangeiro.

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