Carlos Martins apresenta novo álbum na Culturgest
O saxofonista e compositor de jazz Carlos Martins apresenta, hoje à noite, na Culturgest, ao Campo Pequeno, em Lisboa, o seu novo álbum, em que "há uma presença ausente de Bernardo Sassetti", falecido em 2012, disse o músico.
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Cultura Música
O saxofonista e compositor de jazz Carlos Martins apresenta, hoje à noite, na Culturgest, ao Campo Pequeno, em Lisboa, o seu novo álbum, em que "há uma presença ausente de Bernardo Sassetti", falecido em 2012, disse o músico.
O álbum, intitulado ‘Carlos Martins’, é constituído por 11 composições, todas de autoria do saxofonista tenor, à exceção de ‘Chant of Khali’, de Bernardo Sassetti (1970-2012), tendo sido gravado por um combo formado pelo saxofonista Carlos Martins, o baterista Alexandre Frazão, o contrabaixista Carlos Barretto e o guitarrista Mário Delgado.
"São músicos que tocam muito bem, independentemente de ser amigos deles há muitos anos, e é também por serem bons músicos que sou amigo deles. Há uma musicalidade que nos junta, e há uma ideia que está sempre presente, que é a de que aprendemos uns com os outros. Mas também é verdade que há aqui a falta do piano do Sassetti. Nós éramos um quinteto e é nesta fronteira que nos estabelecemos. Um elemento que não quisemos substituir", disse o compositor à Lusa.
Referindo-se ao CD, Carlos Martins afirmou: "O que há, é uma vontade grande de dizer assim: se nós tivéssemos uma influência mediterrânica e atlântica mais forte, e usássemos a nossa luminosidade fadista, com todos os movimentos trágicos, e ao mesmo tempo históricos da nossa vida, como é que seria".
"Esse som, no fundo, resulta desta perceção de uma realidade hermenêutica, que vivo intensamente, que é uma alegria triste, uma alegria nostálgica, mas havia necessidade de pôr uma luz mais cá fora, que fosse a nossa luz", acrescentou, em declarações à Lusa.
O CD ‘Carlos Martins’, que abre com ‘Suave luz’, "faz a ponte entre uma exaltação melódica de alguns temas e uma passagem para algo mais telúrico, mais ritual e rítmico, provavelmente onde chegará o próximo disco ou a minha música", segundo o compositor.
"É -- sublinhou Carlos Martins -- uma tentativa prática da difícil arte de guardar o silêncio. É mais fácil tocar muitas notas".
O músico realçou o "lado cinematográfico, um lado luminoso e até da ação, meio teatral, ligado ao sul ou aos 'suis' de todos, e é aí que a minha vida espiritual se alimenta. É uma homenagem sentida a todo esse mundo que existe para mim, mas que nos é difícil compreendê-lo, porque a vida nos pede para seremos demasiado rápidos".
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