Jorge Barreto Xavier acusou os deputados do Partido Socialista de "falta de memória" e defendeu que o atual Governo "fez mais pela cultura do que o governo anterior", liderado por José Sócrates.

Num ambiente de fim de legislatura, e com novo ato eleitoral à vista, secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, disse esperar que "o escrutínio dos portugueses seja feito pelo que foi feito em concreto, e não pelo que se projetou fazer".

O governante disse mesmo que não ter rejeitado ideias do executivo anterior, desde que positivas, mas insistiu no "esforço de concretização" do atual executivo, e acusou o PS de ter deixado "défices crónicos na cultura".

"Nós fizemos", sublinhou o secretário de Estado, que anunciou a abertura em julho da nova ala do Museu do Chiado, em Lisboa, que corresponde a um aumento superior a seis mil metros quadrados de espaço expositivo.

"Este Governo não tem vergonha em concretizar ideias do anterior, mas não fica com as ideias apenas, concretiza-as", disse Barreto Xavier para, em seguida, reclamar a autoria das leis do Cinema e da Cópia Privada.

"A lei do Cinema e a da Cópia Privada - o desenho é nosso", sublinhou.

O governante citou ainda a reabertura do Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, encerrado desde 2006, o início da instalação do Museu da Música, no Convento de Mafra, a abertura da Casa das Artes, no Porto, e a reabertura do Museu Machado de Castro, em Coimbra.

Os concursos da Direção-Geral das Artes (DGArtes), o eixo patrimonial Ajuda-Belém, em Lisboa, a recuperação do património monumental, o Plano Nacional do Cinema e a formação de públicos, a recuperação dos carrilhões de Mafra, a saída do país do quadro de Carlo Crivelli, as coleções Miró/BPN e de moedas do Novo Banco e a ajuda à recuperação da Mata do Buçaco, depois do temporal de 2013, foram outras das questões levantadas no parlamento, durante a audição de Jorge Barreto Xavier.

O PS, através da deputada Inês de Medeiros, questionou Barreto Xavier sobre os custos do novo Museu dos Coches, a inaugurar no próximo dia 23, e a razão pela qual as obras estiveram paradas e por que não tinham sido transferidos para as novas instalações os veículos expostos em Vila Viçosa, assim como qual o corte de pessoal.

Barreto Xavier alegou as dificuldades económicas do país, para um atraso nas obras, mas realçou que foi feito "muito trabalho invisível", como catalogação e preparação técnica.

Referindo que o museu não foi uma opção sua, o governante disse ainda que este "abre com a coleção definitiva, e o que está incompleto são os elementos de informação sobre a coleção".

Quanto aos veículos de Vila Viçosa, "de onde vieram 26 dos 40 existentes, foram os que os técnicos consideraram necessários para a leitura da coleção", justificou.

Barreto Xavier afirmou ainda que a ponte pedonal, que está prevista no projeto de arquitetura do edifício, deverá estar pronta no primeiro semestre do próximo ano.

Argumentando "ação política em vez de utopia política", Barreto Xavier afirmou que estão já "cabimentadas" as verbas para a recuperação dos carrilhões de Mafra, e as obras para instalação do Museu da Música, no convento daquela vila estremenha.

Sobre o Museu da Música afirmou que a Câmara local cedeu espaço que estava sob a sua alçada no monumento, e teve uma participação financeira de 100.000 euros.