O programa foi apresentado hoje numa sessão que incluiu leituras de uma leitora da Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, da utente de um lar do concelho e de um aluno indiano da Escola de Marrazes, Aadarssh Lama, do 5.º ano do Agrupamento de Escolas de Marrazes, que leu em português e hindi, num momento considerado simbólico.

"A leitura é fundamental ao nível da inclusão. Estamos a trabalhar a leitura e a língua portuguesa nas escolas para ter um papel na inclusão dos alunos estrangeiros", disse a vereadora da Educação e da Cultura da Câmara de Leiria, Anabela Graça.

Em Leiria, a Semana de Leitura envolve 34 bibliotecas escolares, municipais e privadas e tem como público-alvo 17.500 alunos, "cerca de 20% dos quais estrangeiros", de cerca de 30 nacionalidades, salientou a vereadora.

Jorge Dias, presidente da assembleia da Rede de Bibliotecas de Leiria, realçou o "trabalho enorme das bibliotecas escolares", na missão de incluir alunos estrangeiros, "muitos e de muitos países". 

"A cada dia ouvimo-los dizer uma nova palavra ou uma nova frase em português e sente-se a satisfação deles. É muito importante", sublinhou o professor, que é também diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus.

A Semana da Leitura de Leiria "congrega muitas atividades muito importantes nessa inclusão", notou Jorge Dias.

Num ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, haverá particular destaque para "os autores que trabalham na sua escrita o tema da liberdade", afirmou Anabela Graça.

A vereadora assume a ambição de atrair "cada vez mais pessoas para a paixão da leitura", pela "importância a nível de literacia, mas também no ato de ler", por ser "um ato de prazer".

Muitas das 300 atividades são dedicadas a festejar os 50 anos de Abril, mas também os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, com leituras em voz alta, silenciosas, partilhadas, oferecidas, lúdicas, programadas ou de surpresa, como os "assaltos" às salas de aula e salas dos professores.

"As atividades envolvem as famílias, os lares, e também há atividades inclusivas, na acessibilidade, na interculturalidade", chegando até "a quem está privado da liberdade", destacou a coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares, Lucília Santos.

Para a professora bibliotecária, a Semana da Leitura de Leiria é simultaneamente "um ponto de chegada e um ponto de partida", porque mostra "o trabalho que se vai realizando ao longo do ano", lançando também ações "o mais possível para fora das paredes das bibliotecas".

Em Leiria, atrair leitores continua a ser uma tarefa difícil, admitem os organizadores da Semana da Leitura. Mas há sinais de um regresso aos livros.

"O gosto da leitura sente-se que está a crescer. Se calhar tinha-se perdido um bocadinho. Nota-se um aumento da requisição de livros", disse o presidente da assembleia da Rede de Bibliotecas de Leiria.

Essa tendência é confirmada também pelo município. 

"Continuamos a ter a biblioteca cheia, as escolas e os alunos a requisitar livros. Cada vez há mais famílias a requisitar livros aos sábados à tarde. Há uns anos não víamos isso", lembrou Anabela Graça, considerando que "é por aqui que temos de ir, porque "é a forma melhor de aumentar os níveis de literacia".

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