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Quadro 'Descida da Cruz' voltará a Portugal. "Sinal muito positivo"

Este "desfecho feliz" representa um "sinal muito positivo", já que está em linha com a intenção de "chamar à atenção para a importância que os privados podem ter para a cultura".

Quadro 'Descida da Cruz' voltará a Portugal. "Sinal muito positivo"
Notícias ao Minuto

17:22 - 12/03/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

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O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, realçou, esta terça-feira, que a intervenção de um mecenas privado na aquisição do quadro 'Descida da Cruz', de Domingos Sequeira, é um “sinal muito positivo”, já que conseguiu alcançar a “prioridade principal” da tutela, nomeadamente o regresso da obra a Portugal.

“Aconteceu aquilo que era a nossa preocupação e prioridade principal, que é o quadro regressar a Portugal e, mais importante, estar disponível para usufruição pública num museu público nacional. Isso foi possível com a colaboração de um mecenas privado que decidiu adquirir o quadro”, adiantou Pedro Adão e Silva, em declarações à imprensa.

O responsável apontou que este “desfecho feliz” representa um “sinal muito positivo”, já que está em linha com a intenção de “chamar à atenção para a importância que os privados podem ter para a cultura”.

“Num momento em que o Estado e o Ministério da Cultura aumentou muito a sua dotação orçamental para o setor, é importante que esse esforço seja acompanhado com uma responsabilidade partilhada”, complementou.

O responsável apontou que a proposta apresentada pelo Estado teve por base o valor estipulado de 850 mil euros. Contudo, um mecenas privado acabou por adquiri-la por uma quantia superior, que não foi revelada pelo ministro.

“O problema era saber se era adequado participar e alimentar um processo especulativo, que é natural no mercado da arte”, disse, tendo salientando que “no espaço de uma semana ou de 10 dias o quadro estará cá”.

A obra esteve exposta para venda na Feira de Arte e Antiguidades da European Fine Art Foundation (TEFAF), em Maastricht, nos Países Baixos.

A sua saída de Portugal está envolta em polémica desde o final de 2023, quando a então Direção-Geral do Património Cultural decidiu autorizar a saída do país, contrariando pareceres de especialistas.

Os proprietários portugueses entregaram o quadro para venda no final de 2023, depois de ter recebido uma autorização de saída de Portugal, justificada pela "inexistência de qualquer ónus jurídico".

A secção portuguesa do Conselho Internacional de Museus (ICOM-Portugal) manifestou em fevereiro, junto do Governo, indignação com a condução do processo que levou à saída do país do quadro de Domingos Sequeira e exigiu respostas oficiais. Anteriormente, um grupo de 12 especialistas da área do património também dirigiu uma carta aberta à tutela manifestando repúdio pela condução do processo.

Nessa altura, em resposta à missiva de 12 especialistas, a secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, assegurou estarem em curso "todos os esforços" para conhecer as "eventuais condições de compra" da obra.

Por seu turno, o presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, mostrou-se, na mesma altura, contra a aquisição pública da pintura, avaliada em 1,2 milhões de euros, num contexto em que o Estado se encontra "refém de interesses especulativos".

‘Descida da Cruz’ faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira - com ‘Ascensão’, ‘Juízo Final’ e ‘Adoração dos Magos’, esta última já na posse do MNAA por aquisição através de uma campanha pública - feitas durante os seus últimos anos de vida, em Roma, onde morreu em 1837. Pelo menos um grande estudo preparatório da obra, na posse do MNAA, está classificado como bem de interesse nacional.

Leia Também: Quadro 'Descida da Cruz' comprado por entidade privada portuguesa

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