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Projeto de três portuguesas foi escolhido para Bienal de Veneza de 2024

O projeto artístico "Greenhouse", de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, foi o escolhido para representar oficialmente Portugal na 60.ª Bienal de Arte de Veneza, em 2024, anunciou hoje a Direção-Geral das Artes (DGArtes).

Projeto de três portuguesas foi escolhido para Bienal de Veneza de 2024
Notícias ao Minuto

21:01 - 13/12/23 por Lusa

Cultura Bienal de Veneza

O projeto escolhido "desafia lógicas instituídas de produção e representação artísticas, que tantas vezes reproduzem relações abissais entre curadores/artistas, criadores/críticos, arte/academia", referiu a DGArtes, num comunicado hoje divulgado.

"Greenhouse" foi escolhido através de um concurso limitado, com um montante financeiro global disponível de 385.000 euros, no qual três curadoras foram convidadas a apresentar propostas: Mónica de Miranda, Marta Mestre e Sandra Guimarães.

De acordo com a DGArtes, com este projeto, Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala pretendem criar um "jardim crioulo" no interior do Palazzo Franchetti (onde fica a Representação Oficial Portuguesa na bienal), "que assume a forma de escultura, escola, palco e instalação, contemplando ações discursivas e performativas e assumindo-se como um espaço de resistência e liberdade, um arquivo vivo transdisciplinar".

"A equipa curatorial e artística propõe uma ação coletiva que reflete sobre as relações entre a natureza, ecologia e política, propondo a emergência de diversas coreografias a partir de encontros e colaborações entre o público, comunidades e artistas de um conjunto de expressões artísticas e científicas, especulativas e imaginárias, que trazem múltiplas vozes de artistas e comunidades de imigrantes sobre o tema 'somos todos estrangeiros', respondendo assim diretamente à convocatória do comissário-geral da Bienal, Adriano Pedrosa", destacou a DGArtes.

A comissão que escolheu "Greenhouse" para representar Portugal foi constituída pelo técnico superior da DGArtes Paulo Carretas, que coordenou, e pelos especialistas Eduarda Neves, André Tecedeiro e João Mourão.

A 60.ª Bienal de Arte de Veneza vai acontecer entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024, naquela cidade italiana.

Em 2022, Portugal foi representado em Veneza por Pedro Neves Marques, com o projeto "Vampires in Space", apresentado pelos curadores João Mourão e Luís Silva.

Utilizando desenho, instalação, fotografia, vídeo e som, o trabalho de Mónica de Miranda é baseado em temas de arqueologia urbana e geografia pessoal.

Cofundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas e, em 2014, para o Prémio Novo Banco de Fotografia.

Recentemente, foi contemplada com uma bolsa Soros Arts 2023, "prémio proeminente que apoia arte socialmente engajada", da rede internacional de filantropia Open Society Foundations.

A obra de Mónica de Miranda está representada em várias coleções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, a Nesr Art Foundation e o Arquivo Municipal de Lisboa.

Sónia Vaz Borges apresenta-se como uma "historiadora interdisciplinar", cuja carreira se desenvolveu em universidades públicas de Lisboa, Berlim e Nova Iorque.

Com um doutoramento em Ciências da Educação -- História da Educação, pela Universidade Humboldt de Berlim, onde é investigadora, Sónia Vaz Borges tem dois livros publicados: "Na Pó Di Spéra. Percursos nos Bairros da Estrada Militar, de Santa Filomena e da Encosta Nascente" e "Militant Education, liberation struggle and consciousness. The PAIGC education in Guinea Bissau 1963- 1978" ("Educação Militante, luta de libertação e consciencialização. A educação do PAIGC na Guiné-Bissau 1963-1978", tradução livre para português).

Além de ser autora e coautora de várias publicações, é também responsável, juntamente com a realizadora Filipa César, das curtas-metragens "Navigating the pilot school" (2016) e "Mangrove school (Skola di tarefe)" (2022).

Vânia Gala é uma coreógrafa e investigadora, cujos interesses "incidem sobre práticas experimentais em performance, dança e teatro com ênfase em noções de recusa, (não)performance, opacidade, pensamento-coreográfico, fugitividade, improvisações, dissenso e hospitalidade".

Em 2005, foi distinguida com o prémio de Melhor Performance Feminina do Dublin Fringe Festival.

Os seus trabalhos já foram apresentados em países como Angola, Portugal, Noruega, Alemanha, Irlanda, Reino Unido, Áustria e Rússia.

[Notícia corrigida às 12h06 de 14 de dezembro]

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