Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto reabre a 27 de agosto
A Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto reabre portas a 27 de agosto, com o herbário de Júlio Dinis, numa homenagem ao escritor portuense, este ano figura central da Feira do Livro.
© Lusa
Cultura Porto
"Achamos que era chegado o momento de repensar quer os conteúdos, quer a forma como o espaço se abre àqueles jardins e, portanto, renomeamos como Extensão do Romantismo e abre no dia 27 [de agosto] com o primeiro dia da Feira do Livro", revelou à Lusa o diretor artístico do Museu da Cidade do Porto, Nuno Faria.
A Extensão do Romantismo está instalada na Quinta da Macieirinha, junto aos jardins do Palácio de Cristal, na antiga casa de campo do século XVIII que pertenceu à família Pinto Basto.
O edifício abriu como núcleo museológico em 1972, como Museu do Romântico, com o intuito de mostrar o ambiente de casa burguesa de Oitocentos, período característico no Porto.
Atualmente encerrada, a 'estação 4' do Museu da Cidade centrava a sua narrativa no rei do Piemonte e da Sardenha, Carlos Alberto, que aí exilado, veio a passar os seus últimos dias.
Depois da intervenção arquitetónica de Camilo Rebelo, e de obras de restauro em algumas importantes peças da coleção, a Extensão do Romantismo reabriu portas em 2017 e renasce agora, em 2021, com um novo projeto museológico em torno da ideia de romantismo e do seu impacto e influência na cidade do Porto.
Cruzam-se também na Extensão do Romantismo o eixo sonoro e o eixo natureza, pela integração numa zona verde composta pelos Jardins do Palácio de Cristal e pelos Jardins da Casa Tait, e uma ampla vista sobre o rio e o mar.
"Para nós vai ser um momento absolutamente especial e estou convicto que para a cidade também, porque abre com a peça herbário de Júlio Dinis, que escreveu aquando da última estada na Madeira para se curar da tuberculose de que veio a morrer", revelou Nuno Faria.
Joaquim Guilherme Gomes Coelho, médico de profissão, escrevia sob o pseudónimo Júlio Dinis e tinha um interesse que poucos conhecem: a botânica.
Tal como a Extensão do Douro, um das 17 que fazem do Museu da Cidade, a Extensão do Romantismo terá "remontagens sazonais", de seis em seis meses.
Esta primeira, explicou o diretor artístico do Museu da Cidade, vai estar sobretudo marcada pela relação do artista, do homem, do escritor com a natureza, "que é obviamente um tema muito importante hoje em dia".
"É uma peça única que, no fundo, nos dá uma proximidade enorme com o artista, mais do que os seus livros", indicou, acrescentando que um dos objetivos é trazer estas questões para a contemporaneidade e para um público mais jovem.
Novamente sob coordenação de Nuno Faria, a edição 2021 da Feira do Livro do Porto, que regressa aos jardins do Palácio de Cristal entre 27 de agosto e 12 de setembro, vai homenagear o escritor portuense Júlio Dinis, debruçando sobre as questões do romantismo.
O Museu da Cidade, como hoje se apresenta, surgiu pelas mãos do curador e programador Nuno Faria, que 2019 foi convidado pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para repensar o projeto.
Fragmentado em 17 estações museológicas -- algumas em remodelação, outras em construção -- o Museu da Cidade cobre toda a cidade, estendendo-se desde o Parque da Pasteleira à Quinta da Bonjóia, em Campanhã.
A primeira estação, o Reservatório, abriu ao público no domingo, dia 11, com uma mostra que reúne artefactos, vestígios e fragmentos encontrados em escavações ou recolhidos de edifícios e monumentos da Cidade, e que integram as coleções municipais.
O espetro temporal abrangido por este conjunto de objetos vai da Época Contemporânea até ao Paleolítico, estendendo-se, assim, da História à Pré-história.
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