Ao todo, são 27 os espetáculos que passam pelo TNSJ, que hoje apresentou a programação, mas também pelos outros espaços com a mesma gestão, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória, à entrada para um ano de 2020 em que se comemora o centenário do edifício do São João, do arquiteto Marques da Silva.
A programação assenta em quatro eixos: Revolução, Géneros, Margens e Viagem, e tem como principal novidade a estreia de uma peça em Cabo Verde, 'Achadiço', em novembro, com encenação do novo diretor artístico, Nuno Cardoso, que substituiu Nuno Carinhas, mas destacou que este é ainda, até ao final de 2019, um trabalho "a duas vozes".
Cardoso assume, no mesmo mês, a encenação de 'Bella Figura', de Yasmina Reza, que abre o Festival Mindelact, num regresso a este espetáculo por parte do teatro, também em solo cabo-verdiano, no âmbito de um protocolo hoje assinado entre esta instituição e os governos de Portugal e Cabo Verde.
Outro dos destaques da nova gestão, agora assumida por Nuno Cardoso, prende-se com a presença de produções internacionais, um total de seis, cinco delas em estreia nacional.
Três destes espetáculos chegam no âmbito do MEXE -- Encontro Internacional de Arte e Comunidade, no Teatro Carlos Alberto, com "Empty the Space", de Kuenda Productions (Uganda), 'Synectikos', de Colectivo Lisarco (Espanha), e 'Isto É Um Negro?', de EQuem ÉGosta (Brasil), de 19 a 21 de setembro.
Do Festival Internacional de Marionetas do Porto chega 'Alma Nómada', uma estreia do espetáculo de Magali Chouinard, enquanto a Gob Squad traz, em janeiro do próximo ano, "Western Society".
A nova temporada 2019/2020, hoje apresentada com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, abre com a primeira produção própria, 'A Morte de Danton', em que Nuno Cardoso encena pela primeira vez enquanto diretor artístico da instituição.
O espetáculo, embrenhado no "caos sangrento da Revolução Francesa", foi escrito pelo alemão Georg Büchner e estará em cena de 18 a 29 de setembro, com Albano Jerónimo como Georges Danton, figura histórica que morreu no tempo do Terror jacobino, após ter contribuído para a instituição da primeira República Francesa.
Segue-se outra estreia em novembro, com 'Os Nossos Dias Poucos e Desalmados', numa encenação de João Cardoso a partir de Mark O'Rowe, dramaturgo irlandês que terá a ele dedicado um ciclo com cinco peças, traduzidas por Francisco Luís Parreira e apresentadas entre 21 de novembro e 04 de dezembro.
A Mala Voadora estreia-se na programação do TNSJ ao fim de 16 anos de existência com 'Locker Room Talk', uma encenação de Jorge Andrade a partir do texto de Gary McNair, inserido também no festival Uma Família Inglesa, organizado pela companhia, a 04 e 05 de outubro no Mosteiro.
De 14 de novembro a 01 de dezembro, a temporada mais longa neste período, os Artistas Unidos apresentam 'Vidas Íntimas', de Noël Coward, no TNSJ.
A Ao Cabo Teatro, companhia que tinha como diretor artístico Nuno Cardoso até à sua saída, leva ao São João "A Tragédia de Júlio César", de William Shakespeare, enquanto a companhia Cão Solteiro se volta a juntar ao cineasta André Godinho para "Could Be Worse: The Musical".
Outro destaque, já em 2020, é 'Um Plano do Labirinto', de Francisco Luís Parreira e João Garcia Miguel, enquanto o Teatro Carlos Alberto recebe, de 06 a 09 de fevereiro do próximo ano, 'U', a partir de 'Ulisses', de Maria Alberta Menéres, com encenação de Joana Magalhães, e "O Dia do Juízo", de Ödön von Horváth, encenado por Cristina Carvalhal, no final do mês.
No plano editorial, e num ano em que o Centro de Documentação celebra 10 anos, a parceria do teatro com a editora Húmus terá uma nova coleção, 'Empilhadora', na qual vão ser publicados textos e obras de natureza ensaística ou académica, com autores como Roger Grenier, Stanley Cavell e James Knowlson.