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Arquivado processo de classificação de pintura de Júlio Pomar

O processo de classificação da pintura 'O Almoço do Trolha', da autoria de Júlio Pomar, como "de interesse público", foi arquivado, por falta de consentimento do proprietário da obra, segundo anúncio hoje publicado em Diário da República.

Arquivado processo de classificação de pintura de Júlio Pomar
Notícias ao Minuto

16:16 - 25/06/18 por Lusa

Cultura Diário da República

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) assinou em março um despacho a determinar "o arquivamento do procedimento administrativo de classificação como bem móvel de interesse público da pintura de Júlio Pomar intitulada 'O Almoço do Trolha', 1946 a 1950".

O arquivamento do processo é justificado com a "decisão do proprietário do bem móvel em apreço, de não consentir a classificação do mesmo", acrescenta o anúncio oficial.

Esta decisão significa que, neste momento, a obra de arte em causa "já não se encontra em vias de classificação", embora a DGPC não descarte a possibilidade de interpor recurso ou de uma "impugnação contenciosa".

Em julho do ano passado, um anúncio publicado em Diário da República dava a conhecer a intenção da DGPC de propor ao Ministro da Cultura a classificação como de interesse público da pintura 'O Almoço do Trolha', de Júlio Pomar, que, entretanto, morreu em maio deste ano.

Este quadro é considerado um ícone do movimento neorrealista português, tendo sido pintado durante um período em que Júlio Pomar esteve preso no Forte de Caxias.

O quadro foi exposto ainda inacabado em 1947, na segunda Exposição Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes, enquanto Júlio Pomar, então com 21 anos, se encontrava preso no Forte de Caxias, e só seria terminado em 1950.

Com 150 centímetros por 120, o quadro revela uma cena com uma família pobre, em que um trabalhador da construção civil come um modesto almoço sentado junto à mulher e ao filho.

A obra foi vendida em leilão, no dia 27 de maio de 2015, em Lisboa, por 350 mil euros, ultrapassando o valor recorde de um quadro vendido pelo Palácio do Correio Velho, pertencente a 'O Serão', de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), arrematado por 309.255 euros em 2001.

Depois de o leilão ter sido anunciado, o Palácio do Correio Velho recebeu uma notificação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) dando conta da abertura de um processo de classificação do quadro.

De acordo com a Lei de Bases do Património Cultural, a partir do momento que se encontra em vias de classificação uma obra fica legalmente protegida, mas a venda continua a ser possível desde que se mantenha no país.

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