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Porto disponível para classificar edifício do antigo hospital Maria Pia

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, mostrou-se hoje disponível para classificar como imóvel de interesse municipal o edifício do antigo hospital Maria Pia, lembrando, no entanto, que tal não garante os fins de utilização do espaço.

Porto disponível para classificar edifício do antigo hospital Maria Pia
Notícias ao Minuto

14:42 - 07/02/22 por Lusa

Casa Porto

"A parte neoclássica do edifício [o edifício da frente na Rua da Boavista] tem um interesse patrimonial para a cidade. Parece-me óbvio que a câmara procure classificar o imóvel", afirmou o autarca, no decorrer da discussão da proposta apresentada pela vereadora da CDU para que o município avançasse com o processo de classificação.

A proposta, aprovada por unanimidade pelo executivo, defendia que a classificação ajudaria a defender a utilização do edifício, onde até 2012 funcionou o hospital de crianças Maria Pia, como "equipamento social de apoio à infância ou idosos".

Na discussão, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, esclareceu, no entanto, que a classificação como imóvel de interesse público "serve para defender valores quanto ao edificado e não ao seu uso".

"O melhor instrumento para ser mobilizado ao condicionamento do uso não é este, é o Plano Diretor Municipal (PDM)", observou o vereador, acrescentando que apesar do imóvel não estar classificado no documento como equipamento, identifica-o como fazendo parte da rede de equipamentos da cidade, nomeadamente, na carta complementar de áreas de Equipamentos Coletivos.

Pedro Baganha esclareceu ainda que a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) "já se pronuncia sobre qualquer pretensão para o local", uma vez que o edifício se encontra na Zona Especial de Proteção (ZEP) da Igreja de Cedofeita.

Em fevereiro de 2021, o Jornal de Notícias avançava que o edifício, propriedade de uma Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) seria transformado num hotel de quatro estrelas, tendo o Pedido de Informação Prévia (PIP) para a renovação do imóvel já sido aprovada pela autarquia.

Em reação à notícia, o independente Rui Moreira admitiu a possibilidade de o município exercer o direito de preferência sobre o antigo hospital.

O autarca esclareceu hoje que o exercício do direito de preferência nunca se colocou "porque o edifício não foi colocado à venda" e "nunca houve nenhuma intenção [dos proprietários] de o venderem".

Já o vereador do Urbanismo esclareceu que o PIP, apresentado em 2018, era um "modelo de concessão que os proprietários do imóvel estavam a pensar", caducou e que uma nova proposta terá de ser avaliada segundo o novo PDM, aprovado o ano passado.

Considerando o processo de classificação "um momento simbólico", a vereadora da CDU salientou que face à importância do edifício para a cidade, gostaria de o ver "preservado e transformado em algo que continuasse a ter o interesse coletivo".

Na reunião do executivo marcou ainda presença o antigo diretor do hospital, José Manuel Pavão, que salientou que o "hospital cumpriu os seus deveres e o seu papel" e que, face ao seu percurso e peso histórico, "não devia ter outra utilidade que não fosse a da responsabilidade social".

"Estou convicto de que há um respeito pelo seu percurso histórico e é isso que me move", disse o antigo diretor, que encabeçou o abaixo-assinado que solicitava à Câmara do Porto a atribuição do estatuto de imóvel de interesse público.

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