A Michelin anunciou hoje a venda "até ao final de 2022" das suas atividades na Rússia, que representam 2% das vendas do grupo, especificando que esta operação não vai ter impacto nos seus objetivos financeiros.
"Depois de suspender as suas atividades industriais na Rússia em 15 de março, a Michelin observa hoje a impossibilidade técnica da sua retoma", anunciou o fabricante francês de pneus em comunicado à imprensa.
A Michelin emprega cerca de 1.000 pessoas na Rússia, incluindo 750 na fábrica de Davydovo, perto de Moscovo, inaugurada em 2004, que produz entre 1,5 e dois milhões de pneus por ano, principalmente para carros no mercado local.
O grupo prevê transferir o controlo das operações terciárias e industriais para uma administração local, que "funcionará através de uma estrutura independente da Michelin".
A Michelin apontou "dificuldades de fornecimento num contexto duradouro de incerteza geral", enquanto a guerra continua na Ucrânia e as sanções internacionais contra a Rússia continuam a aumentar.
Durante a assembleia-geral do grupo francês, em 13 de maio, o presidente executivo (CEO), Florent Menegaux, anunciou a necessidade de encontrar alternativa para um componente de pneus da Rússia.
A Michelin realiza na Rússia 2% das suas vendas, de 23,7 mil milhões de euros em 2021, e 1% da sua produção mundial de pneus para veículos ligeiros.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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