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Governante e autarca de Aveiro lamentam demora da reforma florestal

O secretário de Estado da Administração Interna lamentou hoje em Aveiro, tal como o autarca local, que "se esteja a perder quase um ano" para aplicar a reforma da floresta, que demorará uma década a produzir efeitos.

Governante e autarca de Aveiro lamentam demora da reforma florestal
Notícias ao Minuto

17:16 - 27/04/17 por Lusa

Política Incêndios

Jorge Gomes falava na apresentação do plano para o distrito de Aveiro do dispositivo especial de combate a incêndios florestais de 2017, onde arderam cerca de 6.268 hectares de floresta na última década (dos quais 42 mil só no ano passado), com uma média de 1.428 ignições anuais.

"Fizemos um pacote legislativo de grande dimensão que é um primeiro passo para tratarmos da floresta e pela burocracia da legislação ainda não está em prática. Vai-se perder quase um ano até ser posto em prática, quando temos a certeza que o impacto que essa alteração legislativa vai demorar cerca de dez anos a trazer algumas alterações a toda a nossa floresta", disse.

O membro do Governo deu como exemplo a criação do Serviço de Proteção Civil que foi criado em 2005, "num ano de incêndios de grande dimensão" e só agora o sistema está consolidado, concluindo que "cada ano que passa (sem vigorar a nova legislação) é um ano que é perdido".

Jorge Gomes corroborou as críticas feitas na abertura pelo presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, que salientou tratar-se de uma reforma urgente para permitir ter "uma gestão florestal de maior qualidade e baixar o risco de incêndios".

"A verdade é que quase um ano depois o pacote legislativo continua ainda por fechar e prosseguem as diligências parlamentares, o que é inacreditável porque o país tem de tratar da floresta com urgência", tinha dito o autarca.

Em relação a 2017 o secretário de Estado sublinhou a prioridade em ter zero baixas no combate aos incêndios e a aposta no combate inicial, referindo que vão ser pré posicionadas 18 equipas oriundas de Lisboa nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real, que carecem de um dispositivo acrescido.

Ao nível nacional referiu a introdução de meios aéreos de coordenação das forças terrestres (helicóptero), o transporte de bombeiros em autocarro para as zonas onde sejam necessários e a participação das Forças Armadas de forma integrada no dispositivo, após formação e com equipamento individual adequado.

Coube ao novo comandante operacional, António Ribeiro, expor o plano para o distrito, que referiu terem sido já realizadas ações de formação com 180 bombeiros e estarem envolvidos 547 homens em atividades de treino operacional.

Num distrito com 2.808 quilómetros quadrados, metade dos quais de território florestal, o dispositivo "está completo e os corpos de bombeiros pouca margem têm para crescer, em termos operacionais", pelo que combater com rapidez e segurança é o principal objetivo, tendo como meta que um foco de incêndio, uma vez detetado, demore até 20 minutos a começar a ser combatido e o ataque inicial deve ser "musculado".

"A rapidez na deteção é fundamental, juntamente com a GNR e sapadores florestais", disse António Ribeiro, observando que têm aumentado os alertas falsos, mas tal representa que há hoje maior sensibilidade para a proteção da floresta.

Para o responsável do CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro), são aspetos a melhorar a vigilância ativa após os incêndios e as operações de rescaldo, para diminuir os reacendimentos, e a prevenção pode beneficiar da colaboração das juntas, sensibilizando a população, porque grande número de fogos têm causa negligente.

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