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Marcelo visita Moçambique, um país atolado em crises

A visita do Presidente da República a Moçambique acontece num contexto de fragilidade do país africano, assolado por uma crise da dívida pública que ameaça abrandar ainda mais o crescimento económico e potenciar a contestação social.

Marcelo visita Moçambique, um país atolado em crises
Notícias ao Minuto

10:25 - 30/04/16 por Lusa

Política Diplomacia

Na sexta-feira ao final do dia, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que Moçambique vive "uma situação económica e financeira difícil", mas considerou que essas dificuldades são mais uma razão para realizar a visita que começa na terça-feira e se prolonga até sábado.

"A situação económica e financeira não é fácil. Mais uma razão para os amigos de Moçambique estarem lá, na altura em que a situação não é fácil", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, na sexta-feira.

A situação que Moçambique enfrenta é caracterizada por uma grave crise de credibilidade financeira, com empréstimos de 1,4 mil milhões de dólares que não foram reportados nem ao Fundo Monetário Internacional nem contabilizados nas contas públicas, que surge na esteira de uma descida do preço das matérias-primas que afundou o valor do metical em mais de 35% face ao dólar no ano passado e fez o país abrandar o crescimento para cerca de 5%, o valor mais baixo deste século.

A crise da dívida está também a motivar forte contestação dos doadores internacionais e dos mercados financeiros, que olham para os empréstimos contraídos por empresas públicas com bastantes suspeitas, suficientes para equacionarem, e nalguns casos cancelarem, o valor das ajudas públicas, que valem quase 10% do PIB todos os anos.

A Empresa Moçambicana de Atum (Ematum) está no centro da polémica, principalmente desde que, no âmbito de uma operação de recompra de obrigações por troca com títulos de dívida soberana, em março, o Estado assumiu uma dívida de 850 milhões de dólares, tendo depois sido descobertos mais dois empréstimos não divulgados.

No total, a dívida pública deverá subir para mais de 100% do PIB este ano, de acordo com os cálculos da Fitch, que na sexta-feira reviu novamente em baixa o 'rating' de Moçambique, seguindo o exemplo das outras duas maiores agências de notação financeira.

Para além da crise da dívida, Moçambique enfrenta também uma crise política que se arrasta há anos, com a Renamo, o principal partido da oposição, a manter sob controlo vários territórios a norte e ameaçando criar províncias nos locais onde reclama vitória nas eleições de 2014.

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