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"Não podemos dar de mão beijada desintegração da UE à extrema-Direita"

Rui Tavares faz parte da equipa que dará o ‘pontapé de saída’ nas primeiras propostas do novo manifesto democratizador criado por Varoufakis.

"Não podemos dar de mão beijada desintegração da UE à extrema-Direita"
Notícias ao Minuto

08:58 - 14/02/16 por Carolina Rico

Política Rui Tavares

Ao subscrever o movimento para a Democracia na Europa 2025 (DiEM 25), Rui Tavares defende que “a União Europeia só conseguirá sair da crise que atravessa se se transformar numa democracia, em vez de ser, como acontece agora, um clube de democracias onde o sócio mais forte é quem ganha”.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, o eurodeputado independente e fundador do partido LIVRE/Tempo de Avançar elogia o regresso ao palco político de Yanis Varoufakis, que assim “reagiu da maneira mais construtiva” à posição fragilizada com que saiu do Eurogrupo.

O que o ex-ministro das finanças grego está fazer “é muito corajoso”. “Ainda há poucos meses viveu uma batalha muito intensa ao nível do Eurogrupo que facilmente poderia desanimar uma pessoa”.

Ao contrário do que foi inicialmente avançado, esta não se tratou da criação de um novo partido pan europeu, nem Rui Tavares acredita que o possa vir a ser. É antes, explica, um manifesto que exige “mais responsabilidade mais transparência e mais fiscalização”, apoiado por pessoas “que não são contra o projeto europeu, mas que querem os cidadãos aos comandos da União”.

O que na opinião de Rui Tavares significa, por exemplo, permitir que as pessoas possam ir ao alto Tribunal de Justiça da União Europeia “para se defenderem de politicas que vão contra os próprios tratados da União, como por exemplo as políticas ilegais levadas a cabo pela troika”.

Outra ideia defendida pelo eurodeputado seria substituir os dois embaixadores de cada país no Conselho da União Europeia por dois legisladores eleitos “que tenham responsabilização política e que prestem contas”.

Uma alternativa a obedecer ou rejeitar

Rui Tavares considera que em Portugal o debate acerca da União Europeia é muito extremado: “De um lado temos aqueles que acham que devemos obedecer a tudo e do outro temos algumas pessoas que, compreensivelmente, acham que esta União Europeia não serve e é necessário rejeitá-la”.

“Nós achamos que o debate deve ficar entre estes dois extremos e que deve haver outra maneira. Essa outra maneira é transformar a União Europeia”, explica.

É necessária uma renovação, defendem os subscritores do DiEM 25, até porque “voltar atrás na integração europeia tornaria as coisas piores porque acabaria por dar mais poder aos países que já têm mais poder”.

Além disso, “os principais interessados na desintegração da União Europeia são os partidos de extrema-Direita, os populistas e os xenófobos. E não podemos dar-lhes de mão beijada o enorme presente que seria regredir no projeto europeu”, sustenta Rui Tavares.

Nem tão pouco, acrescenta, dar “aos interesses, aos burocratas, aos bancos, aos governos e ministros das Finanças do Eurogrupo outro enorme presente que seria continuar, como se nada se passasse, a fazer o que tem sido feito nos últimos anos que é uma trágica gestão da crise”.

Os milhões que resolveriam muitos problemas

Uma das lutas do movimento DiEM 25 é exigir a inversão das regras do jogo “para que estas parem de beneficiar sempre os mesmos”. Impedindo, por exemplo, que multinacionais fujam aos impostos ou façam “uma otimização fiscal que é praticamente uma espécie de evasão fiscal legal”.

É uma “pouca-vergonha”, são “um bilião de euros perdidos em impostos, praticamente dez vezes mais do que o orçamento da União Europeia todo para um ano”, refere.

“Se as multinacionais pagarem os seus impostos na Europa, a Europa tem futuro e seria possível resolver os problemas da divida soberana”. O debate em torno dos orçamentos nacionais “não faz sentido” perante um problema desta magnitude, remata Rui Tavares.

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