PCP anuncia moção de rejeição a futuro governo PSD/CDS
Cavaco Silva falará hoje ao país sobre a formação do novo governo.
© Global Imagens
Política Jerónimo de Sousa
As legislativas de 4 de outubro ficaram marcadas pela vitória da coligação PSD/CDS, mas perdendo a maioria absoluta pelo caminho. Cavaco Silva fala hoje ao país sobre o futuro governo, mas a CDU já deixou um aviso.
À saída da reunião do Comité Central, reunião marcada para debater o pós-eleições, Jerónimo de Sousa anunciou que o “PCP apresentará uma moção de rejeição ao programa de um governo do PSD/CDS que venha a ser presente na Assembleia da República”. Além disso, deixou também uma mensagem para o PS.
Na declaração aos jornalistas, Jerónimo de Sousa realçou que “quer as pretensões de Cavaco Silva, quer de Passos Coelho e Paulo Portas, só serão concretizadas se o PS se dispuser a ser força de apoio à formação de um novo governo PSD/CDS”.
"Um novo governo PSD/CDS só se materializará” caso os socialistas optem por “por convergir com PSD e CDS, defraudando o sentido de voto de milhares de portugueses”, reforçou o líder do PCP, reiterando que a coligação viu "derrotada a sua ambição de ver renovada a sua maioria absoluta".
“Independentemente de ter sido a força política mais votada”, as eleições mostram uma recusa das políticas do Governo, razão pela qual teve “uma das mais baixas votações de sempre do PSD e do CDS. Neste quadro político, o PS só não forma governo porque não quer”, algo que, caso não se verifique, será fruto da sua “falta de vontade política”, insistiu Jerónimo de Sousa.
Sobre o resultado das eleições para a CDU, que conquistou mais um deputado mas foi ultrapassada pelo Bloco de Esquerda, o líder comunista salientou que este resultado “constitui mais um passo no progressivo avanço da CDU verificado nas últimas quatro legislativas”, algo que foi conseguido apesar do “condicionamento” e um quadro “de medo” que terão marcado a campanha eleitoral.
“Voto na CDU será sempre respeitado” e marca um corte com a “política de declínio económico”, rematou Jerónimo de Sousa.
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