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Jerónimo critica insensibilidade de Passos com "o mexilhão"

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, criticou hoje a insensibilidade social do primeiro-ministro e políticas do Governo PSD/CDS-PP para com o grosso da população portuguesa, comentando declarações anteriores de Passos Coelho, que defendera que "quem se lixou não foi o mexilhão".

Jerónimo critica insensibilidade de Passos com "o mexilhão"
Notícias ao Minuto

11:51 - 12/12/14 por Lusa

Política Debate

"É interessantíssima essa teoria de que quem se lixou não foi o mexilhão, mas sim quem tinha mais. Demonstra insensibilidade social. Está a ofender milhares de portugueses que sofreram duramente, com o aumento do desemprego, que viram pensões e salários ou cortados ou congelados. Em termos estatísticos, hoje existem mais 600 mil pobres com o seu Governo", apontou Jerónimo de Sousa, no debate parlamentar quinzenal com o chefe do executivo, Passos Coelho.

Segundo o líder do PCP, "quem era pobre, pobre ficou e quem se lixou foi quem, não sendo pobre, pobre ficou".

"Não minta assim, nem tenha essa insensibilidade por quem está a sofrer esta política do seu Governo. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) veio revelar que, afinal, o fosso entre ricos e pobres está agora ao pior nível dos últimos 30 anos. Hoje os mais ricos ganham 10 vezes mais que os mais pobres", continuou, questionando ainda se o primeiro-ministro se consola ao afirmar que Portugal está "melhor do que o Biafra (antigo território independente da Nigéria)".

Passos Coelho afirmou ter-se limitado a recorrer a um "adágio popular" para ilustrar que, durante a crise económica, houve repartição dos sacrifícios.

"Todos fomos chamados a contribuir. A ideia de que só uns pagaram a fatura é falsa. A crise poderia ter sido uma oportunidade para agravar as desigualdades e não agravou", declarou, citando números do gabinete de estatística da União Europeia (Eurostat), relativo à distribuição de rendimentos em Portugal.

O primeiro-ministro reconheceu haver ainda "muito que fazer para acabar com a desigualdade em Portugal". "Não ignoro que ainda há portugueses que passam sérias dificuldades, mas viveriam com muito mais dificuldades e desesperança se o país não tivesse acesso ao financiamento, se a economia não estivesse a crescer, se não estivessem a ser criados empregos".

Passos Coelho refutou as críticas da prática de propaganda, designadamente quanto ao aumento dos postos de trabalho através do regime de estágios, destacando os "70% de taxa de retenção" de emprego por pessoas que os frequentam.

"Não tenho nenhum prazer em fazer propaganda. Este é um sinal positivo, que dizer que as políticas ativas de emprego estão a funcionar. São responsáveis por uma parte do emprego e os resultados são importantes para muitos dos que passam lá", assegurou o líder do executivo.

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