Portugal deve libertar-se do “pensamento único dos cifrões”
Convidado da ‘Edição Especial’ desta noite, na SIC Notícias, Manuel Alegre acredita que o fim dos três anos de austeridade podem ser o início de uma nova revolução no país, mesmo sem cravos ou conflitos, e diz que o Manifesto dos 74 pode ser um exemplo disso. O socialista afirma, também, que é necessário "bater o pé" aos mercados e deixar de estar sempre a pensar nos cifrões.
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Política Manuel Alegre
Convidado para falar da antologia 'País de Abril', da sua autoria, Manuel Alegre confessou não arrepender-se do facto de ter perdido 10 anos da sua vida na luta pela liberdade no país, mesmo que hoje em dia muitas coisas estejam a regredir. E diz que o fim da troika em Portugal pode marcar o início de uma nova era.
“O voto pode fazer uma revolução”, começou por dizer, referindo-se às eleiçõeos europeias que acontecem em Maio, salientando em seguida que o Manifesto dos 74, que “causou um grande celeuma”, foi também um primeiro passo para que “pessoas de grande prestígio e grande experiência, da esquerda, direita e centro” se mostrassem contra o Governo. Segundo o próprio, a reação afligiu o Governo pelo dogmatismo.
Para o socialista, a grande mudança em Portugal, e na Europa, passa pela mudança da mentalidade e pela mudança da forma como os países se deixam guiar pelos mercados.
“É preciso haver uma viragem. É necessário bater o pé”, sugeriu o escritor, relembrando que todos os que protagonizaram a Revolução dos Cravos não pediram “autorização a ninguém” e que “ a mudança tem que começar em nós”.
Para Manuel Alegre esta forma de guiar as políticas nacionais é também “uma nova forma de totalitarismo” e o país precisa libertar-se do “pensamento único, assente em taxas de juros e cifrões”.
Questionado sobre um possível entendimento entre o PSD e PS, o político defende que “não é legítimo pedir ao partido socialista que vá fazer consensos para manter esta politica de austeridade, medidas que são um ataque a todos os valores que estão na base de ser do PS”, considerando por isso que a tentativa de diálogo entre os dois partidos foi uma encenação porque ninguém quer “consenso nenhum”.
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