"Sócrates tinha razão"
O deputado Francisco Assis, na crónica que assina no Público, dá razão ao ex-primeiro-ministro Sócrates por este ter estado contra a solicitação de ajuda externa. Coloca, obviamente, no PS a solução de esquerda que o País precisa, comentando o encontro promovido por Soares na Aula Magna como algo que “pode funcionar como alerta, mas não deve ser percebido como solução”. Mais uma vez, aproveitou para criticar o caminho da austeridade.
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Política Francisco Assis
O confronto entre a visão do Governo e a daqueles que estiveram presentes na iniciativa de Mário Soares, com a adesão a uma “espécie de pensamento mágico” foi um dos temas escrutinado pelo deputado Francisco Assis, que sublinha a importância do PS como uma alternativa séria e dá razão a José Sócrates.
Assis falou do confronto de visões que se exaltou recentemente e que “empobrece o debate político nacional”: “De um lado, o Governo reafirmava a sua vertiginosa opção pela via da austeridade punitiva; do outro lado, numa muito heteróclita Assembleia, grande parte da esquerda confundia a legítima indignação cívica com a infecunda adesão a uma espécie de pensamento mágico como forma de salvação de um modelo económico e social ameaçado pela presente crise.”
Tratando-se de uma esquerda puramente proclamatória”, o deputado do PS realça que “a velha direita sempre gostou da esquerda que rejubila com tiradas abstractas, acusações impiedosas e promessas incumpríveis”, frisando que “o que se passou na Aula Magna suscita respeito, mas desperta escassa esperança. Pode funcionar como um alerta, mas não deve ser percebido como solução.
Para o responsável, o caminho a seguir é outro. “É óbvio que compete ao partido socialista a assunção de um papel determinante na construção da alternativa de que o país carece. Não confundamos, contudo, esta incumbência que exige tempo, método, trabalho, disciplina, com orações retóricas momentâneas por muito apelativas que estas possam parecer […]. Se o PS cedesse a esse espírito, estaria a hipotecar a possibilidade de afirmação de uma verdadeira alternativa política de esquerda em Portugal.”
No final da sua crónica, Assis recomenda a leitura do livro de Zapatero sobre a sua experiência governativa (aliás, de quem começa por falar no texto) aos que, mesmo dentro do PS, põem em causa aquilo que Sócrates defendia e defende, a vantagem que o País teria se o PEC IV tivesse sido aprovado. “Um dia estaremos certamente em condições de perceber quão criminoso foi o comportamento de todos aqueles que, à direita e à extrema-esquerda, nos obrigaram a solicitar um plano de resgate. José Sócrates tinha razão”, remata.
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