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Só em 2015 foram agredidos 45 militares da GNR. Um morreu

Muitas das agressões de que os militares da GNR são vítimas acabam por não ser participadas.

Só em 2015 foram agredidos 45 militares da GNR. Um morreu
Notícias ao Minuto

08:50 - 30/01/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Exclusivo

O caso mais recente remonta ao início da semana. Na madrugada de segunda-feira três militares foram agredidos por uma família em Famalicão.

Tudo começou quando um dos filhos não obedeceu à ordem de paragem dada pela patrulha da GNR. O jovem, que circulava num motociclo, fugiu em direção a casa, em Delães, tendo sido perseguido pelos militares.

Mas quando estes chegaram à residência do fugitivo – que tinha saído da prisão no sábado depois de ter cumprido pena por furtos e agressões – foram agredidos à paulada pelo suspeito, por dois irmãos deste e ainda pelo pai do mesmo.

Um militar precisou de ser suturado na cabeça com sete pontos e outro ficou com um dedo partido. Presentes a tribunal, um dos arguidos ficou sujeito a apresentações bissemanais e os outros três terão de se apresentar no posto policial da área de residência uma vez por semana.

Mas esta não é uma situação inédita. Só no ano passado foram agredidos, durante o exercício das suas funções, 45 militares, segundo dados do Comando Geral da GNR cedidos ao Notícias ao Minuto.

Um militar chegou mesmo a ser morto quando, no verão, acorria a uma situação de homicídio na Quinta do Conde, em Sesimbra.

“Cada vez há mais casos de militares agredidos”, disse ao Notícias ao Minuto o presidente da Associação Socioprofissional Independente da GNR.

Para José Alho deve haver um aumento da moldura penal e uma aplicação de penas de prisão efetiva a quem agride um elemento das forças de segurança, até porque as constantes agressões sem o devido castigo “minam” a autoridade dos militares e “diminuem-nos”.

“Um guarda fica traumatizado porque é visto pela população como um indivíduo menor. É traumatizante e, por isso, é que temos a taxa de suicídio que temos”, afirmou o responsável sindical.

A “grande maioria” dos agressores é condenado a prisão ou a pena de multa. “Claro que o cidadão opta por pagar a multa”, afirma.

Nesta senda, José Alho considera que a “mentalidade da sociedade tem de mudar”, pois um polícia ou um militar deve poder defender-se em caso de agressão, sem que seja, posteriormente, alvo de um castigo.

E existe também a questão da insegurança. “Se um guarda é agredido e o agressor consegue fugir, a sociedade sente-se insegura. Da mesma maneira que se sente insegura se aos agressores não acontece nada, saem em liberdade”, atirou.

O responsável lembra ainda que a questão das agressões tem também um lado burocrático que acaba por afetar a vida do militar em questão, pois sempre que uma agressão é participada, o militar tem que comparecer em tribunal. “Imagine que a agressão é em Beja e o militar é depois transferido para o Porto? Terá que ir ao tribunal de Beja, o que implica custos e estar a despender de folgas ou até férias, se for esse o caso”, explicou.

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