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Instituto de Medicina Legal proibiu médicos de participarem em congresso

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) afirmou hoje que o Instituto Nacional de Medicina Legal proibiu médicos do seu quadro de serem conferencistas num congresso ibérico que vai decorrer no Porto no fim de semana.

Instituto de Medicina Legal proibiu médicos de participarem em congresso
Notícias ao Minuto

10:46 - 29/04/15 por Lusa

País Ordem

"Ninguém pode proibir a divulgação científica e é isso que está a acontecer", disse à agência Lusa o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, questionando o porquê da alegada coação à "liberdade dos seus profissionais".

A haver motivos por parte do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), estes "são alheios à ciência, ao conhecimento e à divulgação científica", sublinhou Carlos Cortes, considerando que se "está a desrespeitar uma das funções" dos médicos, "que é a formação e a divulgação" de conhecimento.

Em causa está a proibição à participação científica de "vários médicos", cinco deles que seriam conferencistas, no Congresso Ibérico de Medicina Legal e Ciências Forenses, a realizar-se no Porto, na sexta-feira e no sábado, em que um dos responsáveis pela organização é o ex-presidente do próprio instituto, Duarte Nuno Vieira.

Num comunicado enviado na terça-feira, a SRCOM, "perante denúncias de alguns médicos", condenou "os atos de alegada censura e coação à liberdade científica e de expressão de que estão a ser alvo alguns profissionais" do instituto, que tem sede em Coimbra.

Carlos Cortes afirmou que vai submeter o caso ao gabinete jurídico da Ordem, sublinhando ainda que as conferências dos médicos no congresso de que teve conhecimento não seriam sobre a sua atividade no INMLCF e que a sua presença não provocaria nenhuma falta ao trabalho.

A SRCOM já solicitou também esclarecimentos à direção da INMLCF, dando conhecimento ao colégio da especialidade.

Instado pela agência Lusa a comentar, o presidente do instituto, Francisco Brízida Martins, numa resposta enviada hoje por correio eletrónico, afirmou que "a participação de qualquer trabalhador da Administração Pública em eventos alheios à instituição para que trabalham obedece a regras", tendo por isso os seus profissionais "o dever de informação e a necessidade de autorização prévia, o que não se verificou".

Face ao não envio de um pedido de autorização prévia, a direção do Instituto de Medicina Legal "entendeu dever acautelar a não quebra dos exigíveis deveres de reserva e confidencialidade".

O presidente do INMLCF frisa ainda que a entidade a que preside "estimula e apoia" a "produção, investigação e participação científicas a todos os níveis", sublinhando que "nenhum médico foi proibido de participar".

Apesar dessa constatação, a agência Lusa teve acesso à mensagem por correio eletrónico enviada por Francisco Brízida Martins a um dos médicos, em que este refere que não autoriza a preleção do tema proposto, justificando que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses não se mostra envolvido no evento e que não chegou ao mesmo instituto qualquer pedido de participação, entre outras razões apontadas.

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