"Com o Acordo Ortográfico a cacofonia é total e absoluta"
O escritor e comentador integra um movimento popular quer referendar o Acordo Ortográfico, 'nascido' em 1990.
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País Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares está contra a aplicação do Acordo Ortográfico (AO). Na antena da SIC, e numa altura em que um movimento popular propõe que se referende o AO, o comentador considerou que a aplicação das mudanças na ortografia "a cacofonia é total e absoluta".
O autor considera ainda que o AO "foi negociado em segredo, introduzido à socapa como facto consumado e ratificado ilegalmente", especificando que estava previsto que fossem sete os países da lusofonia a ratificá-lo mas que alterações feitas permitiram que fosse ratificado apenas por quatro países.
Sobre as mudanças que o AO trouxe, Miguel Sousa Tavares considera que "o acordo não resolveu nenhuma das coisas que supostamente vinha resolver", acrescentando que, na verdade, trouxe mais dúvidas, algumas que descreve como "anedóticas". "Dentro de uma geração os pais não vão perceber o que os filhos escrevem e vice-versa", alertou ainda no telejornal da SIC.
O comentador diz ainda que foi lançada "a confusão numa língua que tem nove séculos de história", defendendo que houve mudanças ao longo dos séculos mas que houve mudanças com sentido. Porém, "neste momento há três ortografias: a portuguesa antes do acordo, a brasileira e a portuguesa depois do acordo", criticou.
Relativamente ao argumento de que a introdução do AO iria trazer benefícios para editoras que queiram publicar no Brasil, Miguel Sousa Tavares diz que recusou aplicar o AO e não foi por isso que deixou de ser publicado no lado de lá do Atlântico: "tenho sete livros editados no Brasil", rematou.
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