À margem de uma visita dos deputados do PSD eleitos por Santarém ao açude de Abrantes, Duarte Marques lembrou a mortandade de peixes ali registada no dia 3 de abril, imputando à Câmara Municipal, de gestão socialista, a "não-realização de investimento na manutenção do açude e da escada passa peixe" instalada.

"A morte destes peixes pode ter salvado a vida de muitos outros, porque o problema foi posto na praça pública. Espero agora a intervenção imediata da Câmara de Abrantes na reparação e limpeza do sistema, para que o peixe ainda possa seguir o seu curso normal para montante, e não ficar ali retido", disse o deputado do PSD.

Duarte Marques disse hoje que solicitou a fiscalização da Agência Portuguesa do Ambiente para "responsabilizar quem errou e quem não fez a manutenção devida, mas também para dar uma solução, que pode ser através de fundos comunitários".

"É espantoso como há políticos que têm coragem para exigir novas pontes sobre o Tejo e não fazem sequer a manutenção devida de um açude que construíram. Há alguns anos, muitos alertaram para o problema deste açude. Infelizmente, tinham razão e os responsáveis por estes projetos decidiram ignorá-los", criticou.

Questionada pela agência Lusa, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), afirmou que o açude "está em perfeitas condições", tendo acrescentado que o açude insuflável "foi esvaziado para baixar o nível do espelho de água devido às obras de requalificação que decorrem na ponte" rodoviária de Abrantes, empreitada cuja conclusão se prevê para novembro.

"Gostava de saber onde é que baseia o deputado Duarte Marques para fazer afirmações dessas", criticou a autarca, tendo afirmado que "a Câmara de Abrantes sempre fez a manutenção do açude, no âmbito das suas competências" e que o episódio da mortandade de peixes "deveu-se ao caudal anormalmente baixo do rio".

Maria do Céu disse ainda ter pedido uma reunião ao ministro do Ambiente, para "debater os problemas causados pelo abaixamento crítico do caudal do rio Tejo para níveis sem precedentes históricos, quer em quantidade, quer em qualidade", situação que, frisou, "está a criar alguns problemas ambientais que merecem a maior preocupação por parte da autarquia e da comunidade ribeirinha".

Junto ao açude estiveram hoje também técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente, que reuniram com os deputados do PSD e a autarquia, e vistoriaram a estrutura.

"Com a informação que recolhemos, vamos tentar encontrar justificações para o que sucedeu e encontrar solução para que o mesmo problema não se volte a repetir", disse à Lusa a técnica Manuela Matos.