CDS-PP acusa António Costa de abandonar mandato que pediu
O vice-presidente da bancada do CDS-PP Telmo Correia acusou hoje António Costa de abandonar o mandato que pediu aos lisboetas, deixando a autarquia da capital com uma "situação de endividamento" que classificou de "muito grave".
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País Lisboa
"O doutor António Costa abandona o mandato de presidente de Câmara, que pediu aos lisboetas e que disse que cumpriria, a menos de meio do mandato, cumprido um ano e pouco de mandato", declarou Telmo Correia aos jornalistas, no parlamento, acompanhando do deputado João Gonçalves Pereira, que é também vereador em Lisboa.
Questionado se os centristas defendem eleições intercalares na capital, Telmo Correia respondeu: "O CDS neste momento está a confrontar o doutor António Costa com a sua própria coerência. O CDS, por princípio, é pela estabilidade eleitoral e pela estabilidade dos mandatos".
Para o também líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, António Costa deixa a Câmara de Lisboa numa situação extremamente difícil", "ao contrário da ideia que procurou passar hoje.
"A situação de endividamento da Câmara é muito grave e no caso da Câmara de Lisboa só não é mais grave porque fez o negócio com os terrenos do aeroporto, tendo recebido 280 milhões de euros. Só por isso a situação da Câmara não é ainda mais dramática", afirmou, referindo-se a um processo que envolveu a autarquia da capital e o Governo.
"Termina também o seu mandato recuando naquilo que foram as suas propostas, restará lembrarmo-nos aquilo que foram as 'taxas e taxinhas', designadamente as taxas que tanto penalizavam o turismo, e ele termina o seu mandato recuando nessas suas propostas", acrescentou.
Por outro lado, o CDS-PP critica que à frente dos destinos da maior autarquia do país fique o até então vice-presidente, Fernando Medina, que não se candidatou à função de presidente.
"No mandato que é talvez na democracia portuguesa um dos mais personalizados que existe, um vereador que não se candidatou a essa função, que não pediu votos para essa função e que os próprios cidadãos de Lisboa não reconhecem nessa função", condenou.
O CDS não pede eleições na capital, mas questiona: "O que diria um secretário-geral do PS, que em termos nacionais, a propósito de tudo e de nada pediu sempre eleições em todas as circunstâncias?", interrogou Telmo Correia.
"Estamos perante mais um caso em que um político, lembrando Frei Tomás, convém fazer aquilo que ele diz e não aquilo que ele faz, porque parece haver aqui uma discrepância óbvia entre aquilo que ele diz e aquilo que ele prega e aquela que é a sua prática política", disse.
António Costa renunciou hoje ao cargo de presidente da Câmara de Lisboa, afirmando sentir "em consciência" dever concentrar-se em "servir Portugal e os portugueses".
"É meu dever concentrar-me agora, como fiz há oito anos [quando assumiu a presidência da autarquia], com o mesmo espírito de serviço, energia e determinação, em servir Portugal e os portugueses", afirmou, numa declaração nos Paços do Concelho, assegurando que deixa "a casa arrumada".
O socialista, que irá candidatar-se às legislativas deste ano, confirmou que será sucedido pelo vice-presidente, Fernando Medina, responsável também pelas pastas de Finanças, Recursos Humanos e Turismo.
António Costa frisou que deixa "o município em boas mãos, numa transição preparada e planeada", concretizada hoje, a cerca de seis meses das eleições legislativas.
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