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Sindicato preocupado com repercussões nos professores

O Sindicato Nacional do Ensino Superior apelou hoje à calma e a um "voltar atrás" das várias decisões, manifestando preocupação com as consequências para os docentes do "extremar de posições" que levou três politécnicos a abandonar o conselho coordenador.

Sindicato preocupado com repercussões nos professores
Notícias ao Minuto

22:50 - 26/02/15 por Lusa

País Politécnicos

"Vemos sobretudo com preocupação as questões da dignificação do Ensino Superior Politécnico, que não deve ser menorizado. Temos docentes qualificados, doutorados. Grande parte dos politécnicos, senão todos, está ligada a redes internacionais. Muitos desses politécnicos estão ligados a redes internacionais de excelência que incluem mestrados e doutoramentos e isso não pode ser menosprezado nem deitado fora", disse à agência Lusa o vice-presidente do SNESup, Gonçalo Velho.

De acordo com o sindicalista da estrutura que representa professores de universidades e politécnicos, pressentia-se "uma tensão que perturba e prejudica o sistema como um todo".

"Toda esta situação é muito preocupante e esperamos que possa haver calma e um voltar atrás das várias posições, sobretudo para se trabalhar para a dignidade do ensino superior em Portugal", declarou.

Para Gonçalo Velho, a imagem "ainda recente" do Ensino Superior Politécnico na sociedade e opinião pública portuguesas, muitas vezes como "um ensino menor", ao ser fragilizada com cisões como a que levou os institutos de Lisboa, Porto e Coimbra a saírem do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), "fragiliza também os docentes", acrescentando: "Não podemos estar a jogar com a vida destas pessoas".

Os institutos politécnicos de Lisboa, Porto e Coimbra enviaram uma carta ao presidente do conselho coordenador destas instituições a anunciar a sua desvinculação do mesmo, na sequência de uma proposta de alteração das condições de acesso ao Ensino Superior.

Na missiva, enviada ao presidente do CCISP, Joaquim Mourato, e com o conhecimento do ministro da Educação, Nuno Crato, e do secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, as três instituições declaram que "não tem sido possível concertar de uma forma positiva" as diferenças de posições dentro do conselho, "as quais atingiram um ponto de rutura grave", na sequência da aprovação, por voto maioritário, de uma proposta de alteração das regras de acesso ao Ensino Superior para os politécnicos.

A proposta em questão, já enviada ao Governo, prevê que, para os politécnicos, as provas de ingresso passem a ser a nota final às disciplinas exigidas e não as notas dos exames nacionais.

Esta alteração teria um caráter facultativo, sendo uma decisão dos politécnicos aplicar, ou não, esta forma de seleção de alunos, segundo explicou à Lusa o presidente do CCISP.

Para Gonçalo Velho, "a proposta claramente parece surgir de um quadro de dificuldades de captação de alunos", mas sublinha que essa é uma situação que afeta quer politécnicos, quer universidades, e em áreas bem identificadas, como o caso das engenharias, que têm vindo a perder alunos nos últimos anos.

O vice-presidente do SNESup defendeu ainda que esta é uma medida que, em termos de efeitos, é relativamente marginal", sem dimensão "que possa justificar as tensões e o grau de extremar de posições a que se chegou".

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