POUPANÇA NO MINUTO
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Justiça está a mudar ou o regime a exercer o poder?
Numa questão de meses, vimos antigos governantes serem condenados, um poderoso banqueiro cair em desgraça e, no espaço de uma semana, um chefe de uma polícia e um antigo primeiro-ministro serem detidos para interrogatório. O Diário Económico perguntou a várias pessoas se é a Justiça que mudou de atitude ou se há algo mais. Muitos não arriscam responder.
© Reuters
País Casos
2014 foi ano de casos mediáticos na Justiça, envolvendo tanto antigos governantes como figuras da alta finança. Este mês, em particular, houve detenções para interrogatório de elementos ligados às autoridades mas também de um ex-primeiro-ministro.
O Diário Económico perguntou a diferentes personalidades sobre o que estará em causa. Houve silêncios mas muitos até responderam, embora em alguns casos sem dar o nome, conta o mesmo jornal.
A verdade é que a Justiça portuguesa, tantas vezes criticada por ser lenta e até acusada de fraca com os poderosos, tem tido dias agitados.
Entre os contactados pelo Diário Económico conta-se um dirigente social-democrata que realça, por exemplo, que “o Governo não meteu dinheiro no BES como há uns anos meteu no BPN”, ao passo que um juiz-desembargador sugere que a atual situação é mesmo “uma luta de poder”.
Ao mesmo jornal, Pinto Monteiro, antigo Procurador-Geral da República, evitou individualizar casos, escudando-se num mais genérico “a Justiça deve seguir o seu curso normal”, ao passo que uma fonte judicial, que também optou por não se identificar, sugere que terá havido uma “mudança de mentalidade” entre os juízes.
De uma maneira ou de outra, há ainda algumas reticências relativamente ao que estará em causa. Quer seja o impacto de anos de troika que abalaram com o regime, quer seja um ambiente de luta de poder ou uma combinação de diferentes circunstâncias, a verdade é que a Justiça tem tido um ano recheado de casos mediáticos e com impacto no poder político.
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