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Governos, empresas e cidadãos todos responsáveis na eficiência dos recursos

Um inquérito a 3.000 portugueses revela que a responsabilidade de concretizar a economia verde e o uso eficiente dos recursos naturais é dos governos e empresas mas também das universidades e dos cidadãos.

Governos, empresas e cidadãos todos responsáveis na eficiência dos recursos
Notícias ao Minuto

09:42 - 17/09/14 por Lusa

País Estudo

O projeto UE - Estudo de Opinião: Sustentabilidade e Uso Eficiente dos Recursos, desenvolvido em Portugal pela Faculdade de Ciências (FC), da Universidade de Lisboa (UL), integrou um inquérito a 3.000 portugueses para chegar aos públicos-alvo escolhidos: professores e alunos do ensino secundário, comunidade académica (estudantes e professores) e cidadãos em geral.

"Cai um pouco por terra aquela perspetiva de que a culpa é dos governos ou das empresas, que eles é que têm de fazer o trabalho", disse hoje à agência Susana Fonseca, investigadora da FC-UL que participou no trabalho, cujas conclusões vão ser apresentadas na quinta-feira.

"Apercebemo-nos que, quer em termos de responsabilidades, quer em termos de quem deve fazer o quê e quem deve estar envolvido nos temas da reindustrialização, da economia verde, do uso eficiente de recursos ou educação sobre o mar, há esta noção de que os governos, muitas vezes a União Europeia, as empresas, as universidades, as escolas, os cidadãos têm um papel fundamental, cada um o seu", explicou.

Os obstáculos à economia verde surgem bem identificados e são "a falta de vontade política, a dependência dos combustíveis fósseis, associada à economia tradicional e à forma como as sociedades estão organizadas, ou a falta de vontade da parte das empresas", mas também dos cidadãos que, em muitos casos, "são apontados como não estando muito preparados para dar o salto para o novo modelo", segundo Susana Fonseca.

A investigadora sublinhou a questão das regras éticas, referida por mais pessoas do que esperavam os especialistas que participaram no inquérito.

Trata-se do "reconhecimento de que a ausência de uma harmonização das regras éticas, sociais e ambientais a cumprir pelas empresas cria situações que dificultam a implementação deste novo modelo de economia".

A questão ética da distribuição dos recursos está refletida no inquérito no sentido de uma maior equidade e de "não haver tanta exploração pelos países desenvolvidos, por exemplo", acrescentou a investigadora.

O estudo revela "a noção de que é fundamental, é quase imperativo, apostar no uso mais eficiente de recursos, a noção do ciclo dos produtos é uma das frases que mereceu mais apoio", embora também seja apontada a necessidade de alterar hábitos e rotinas.

As questões de comportamento "têm sempre um problema subjacente que é a diferença entre o que as pessoas respondem e o que fazem no dia a dia, mas questões como o uso dos produtos mais tempo ou a aquisição de produtos em segunda mão está em destaque nestas respostas", realçou a investigadora.

"É interessante continuar a verificar que uma das áreas menos apetecíveis, nas quais as pessoas tendem a colaborar menos é a redução do consumo de carne", especificou.

A reindustrialização foi outro aspeto focado no estudo. "Daquilo que conseguimos ver, há essa noção de que a reindustrialização que se quer não é uma reindustrialização à antiga", é um processo que tem em conta o ambiente e se aproxima mais da economia verde e do uso eficiente de recursos.

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