Distinção reconhece o "caminho de consenso" escolhido pela Tunísia
O Presidente tunisino disse que o Nobel da Paz hoje atribuído ao Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia reconhece o "caminho de consenso" escolhido pelo país para alcançar uma transição política bem-sucedida após a revolução de 2011.
© Reuters
Mundo Nobel da Paz
"Não é apenas uma homenagem ao quarteto, [o prémio Nobel] consagra o caminho que escolhemos, o de encontrar soluções consensuais", declarou Beji Caid Essebsi, num vídeo publicado na página da Presidência tunisina na rede social Facebook.
"A Tunísia não tem outra solução senão o diálogo, apesar das divergências ideológicas", frisou Beji Caid Essebsi.
O Nobel da Paz 2015 foi hoje atribuído a um quarteto de organizações que permitiu salvar a transição democrática na Tunísia, onde decorreram os primeiros protestos da Primavera Árabe, vaga revolucionária que abalou vários países do mundo árabe em 2011.
Apesar de a Tunísia ser considerada como "a única esperança" da Primavera Árabe, em comparação com os outros países que também enfrentaram a onda de protestos (Egito e Líbia), a sua frágil democracia continua a estar sob ameaça pela violência 'jihadista'.
O quarteto de organizações que conduziu o diálogo nacional tunisino foi recompensado "pela contribuição decisiva na construção de uma democracia pluralista após a Revolução do jasmim de 2011", declarou hoje, em Oslo, o presidente do comité Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.
Composto pelo UGTT, sindicato histórico na Tunísia e símbolo da independência, pela União Tunisina da Indústria, do Comércio e do Artesanato (UTICA, patronato), pela Liga Tunisina de Direitos Humanos (LTDH) e pela Ordem dos Advogados, o quarteto foi formado no verão de 2013 "numa altura em que o processo de democratização estava em perigo", devido a uma forte agitação política e a grandes problemas sociais, salientou o comité Nobel.
O quarteto está inativo desde o início deste ano.
A queda do regime ditatorial de Zine El Abidine Ben Ali a 14 de janeiro de 2011 foi seguida de uma paralisia institucional, período que foi superado pelo contributo do quarteto, ao ter organizado um longo e difícil "diálogo nacional" entre os islamitas e os seus opositores.
A nova Constituição tunisina foi adotada no início de 2014, e o governo liderado pelos islamitas do Ennahda, vencedores das primeiras eleições livres do país (outubro de 2011), deu lugar a um executivo de tecnocratas para permitir que a Tunísia ultrapassasse uma grave crise política.
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