Os principais fluxos de migrantes nas últimas décadas na Europa
A par da imigração regular, a Europa tem sido cenário nas últimas décadas de vários fluxos de migrantes, não menos importantes que aquele que afeta atualmente o continente europeu.
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Mundo Migrações
O caso dos repatriados oriundos das antigas colónias portuguesas, dos repatriados da Argélia para França ou dos refugiados que fugiram da guerra na ex-Jugoslávia foram algumas das mais significativas movimentações de pessoas pós-Segunda Guerra Mundial.
Em maio de 1945, existiam 40 milhões de deslocados na Europa, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Principais fluxos de migrantes nas últimas décadas na Europa:
- Os acordos de Evian (18 de março de 1962) marcam o fim da guerra na Argélia e cerca de 200 mil franceses da Argélia saem imediatamente daquele território, com apenas algumas malas.
As autoridades de Paris acreditam que será um êxodo temporário e que a maioria dos repatriados vai pedir a nacionalidade argelina. Isso nunca aconteceu. O fluxo não parou de aumentar até atingir um milhão de pessoas: judeus, cristãos, muçulmanos nascidos na Argélia e que viviam no território argelino há várias gerações.
Após o processo de descolonização, o número total de repatriados em França atinge o número de 1,45 milhões de pessoas, incluindo 260.000 de Marrocos, 180.000 da Tunísia, 15.500 da África subsaariana e de Madagáscar e 44.000 da antiga Indochina Francesa.
-- Após a queda do comunismo e o desmembramento da União Soviética (1990-1991), cerca de 2,5 milhões de descendentes de alemães deixam a ex-União Soviética para regressar à terra natal dos seus antepassados, designados como 'aussiedler'. O pico da vaga ocorre em 1994, quando 215 mil chegam ao território alemão.
-- No início da década de 1990, a Alemanha também é o principal destino dos refugiados que fogem da guerra na ex-Jugoslávia. Segundo o demógrafo François Héran, entre 1990 e 1992 chegaram cerca de 499 mil requerentes de asilo ao espaço da União Europeia (UE). O destino de três quartos foi a Alemanha.
-- A queda do regime comunista na Albânia, a partir de dezembro de 1990, desencadeia a fuga de cerca de 400.000 albaneses para a Grécia e Itália. Este movimento migratório durou vários anos.
-- Portugal, país de emigrantes e antiga potência colonial, presencia um importante movimento de repatriados (cerca de 500.000 pessoas) durante a independência de Moçambique (junho de 1975), de Angola (novembro de 1975), mas também de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
-- No início de 2000, Espanha regista um fluxo de mais de 300.000 equatorianos que deixam o país na sequência da dolarização da economia (substituição do sucre, moeda equatoriana, pelo dólar norte-americano) decidida por Quito.
-- Após a queda de Saigão (30 de abril de 1975), que determina o fim da guerra no Vietname, e a tomada de Phnom Penh (17 de abri de 1975) pelos Khmers Vermelhos, até 1,3 milhões de pessoas (que ficaram conhecidas como 'boat people') procuram refúgio no estrangeiro.
Se a grande maioria (800.000) teve como destino os Estados Unidos, a Europa, principalmente França, também recebe vários milhares. Cerca de 130.000 cidadãos da antiga Indochina Francesa entram legalmente no território francês. Muitos mais entraram sem o estatuto de refugiado.
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