EUA reforçam vigilância do espaço aéreo da região do Báltico
Os Estados Unidos, que asseguram a vigilância do espaço aéreo da região do Báltico no âmbito da NATO, enviaram mais seis aviões caça F-15 para patrulhar aquela zona, anunciou hoje o ministro da Defesa da Lituânia, Juozas Olekas.
© Lusa
Mundo Ucrânia
Os aparelhos aterraram hoje em Zoknai, antiga base aérea soviética próxima da cidade de Siauliai, no norte da Lituânia, precisou a porta-voz do ministério, Viktorija Cieminyte.
Em declarações à agência francesa AFP, o ministro lituano afirmou que o envio dos aviões militares suplementares foi uma resposta "à agressão da Rússia na Ucrânia, bem como à intensificação da atividade militar russa na região de Kaliningrado", um enclave russo situado entre a Lituânia e a Polónia.
A Presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, que participou hoje em Bruxelas numa cimeira europeia extraordinária dedicada à crise na Ucrânia, disse que "a resposta da NATO foi pronta e rápida".
A chefe de Estado lituana, que visitou na quarta-feira a base aérea de Zoknai, pediu à NATO "uma maior presença nos países bálticos".
Os países-membros da Aliança Atlântica garantem a proteção do espaço aéreo dos países da região do Báltico, que não dispõem de meios aéreos militares suficientes.
Desde janeiro, a força aérea dos Estados Unidos patrulha o espaço aéreo que faz fronteira a sul e a leste com a Rússia e a Bielorrússia com quatro caças F-15 a partir da base de Zoknai.
Na quarta-feira, os Estados Unidos decidiram intensificar a cooperação militar com a Polónia e os países do Báltico para mostrar "apoio" aos aliados na sequência da intervenção da Rússia na Ucrânia.
O anúncio foi feito pelo secretário da Defesa Chuck Hagel, que explicou, numa comissão de forças armadas do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), que a cooperação vai passar pelo reforço dos treinos aéreos conjuntos com a Polónia e a participação na proteção do espaço aéreo dos países bálticos e antigas repúblicas soviéticas (Estónia, Letónia e Lituânia).
A Marinha norte-americana anunciou também hoje que o contratorpedeiro 'USS Truxtun' está a caminho do Mar Negro, precisando que a decisão foi tomada antes do início da crise na Ucrânia.
O navio deixou hoje de manhã a base grega de Souda Bay "para exercícios conjuntos no Mar Negro com as forças navais romenas e búlgaras", indicou um comunicado, que qualifica estas operações como "rotina".
"As operações do 'USS Truxtun' no Mar Negro estavam previstas antes da sua partida dos Estados Unidos", assegurou a Marinha norte-americana.
As três antigas repúblicas soviéticas, que integraram a NATO em 2004, estão preocupadas com o aumento do potencial militar da Rússia junto das respetivas fronteiras, com a crise na Ucrânia a reforçar os receios destes países.
Em Bruxelas, a Presidente lituana acusou hoje Moscovo de querer redesenhar as fronteiras da Europa com as suas ações na Ucrânia e lamentou que os líderes europeus ainda não tenham respondido a esta ameaça.
À entrada da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), Dalia Grybauskaite considerou ser necessário que a Europa mostre um sinal de união, observando, no entanto, que ainda não viu "uma reação expedita" à ameaça que considera vir de Moscovo.
"Trata-se de uma agressão aberta e brutal, é exatamente isso que está a acontecer, e nós temos que o compreender. É uma demonstração de força, uma demonstração de comportamento imprevisível internacionalmente. Trata-se de redesenhar as fronteiras. A Rússia hoje é perigosa. A Rússia hoje é imprevisível", declarou.
Segundo a chefe de Estado lituana, a abordagem "musculada" da Rússia na Ucrânia representa uma ameaça direta a outras antigas repúblicas soviéticas e outros países, já que, sustentou, "depois da Ucrânia será a Moldávia, e depois da Moldávia serão outros países".
Lusa/Fim
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