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"Não aceitamos que Estado seja máquina de reciclagem do lixo tóxico"

O secretário de Estado do Tesouro admitiu hoje perspetivas diferentes do Governo e do PCP sobre a banca, mas considerou todas as discussões legítimas e defendeu "abertura de espírito" para discutir aquilo que muitos achavam ser "verdades fixas".

"Não aceitamos que Estado seja máquina de reciclagem do lixo tóxico"
Notícias ao Minuto

14:23 - 29/04/16 por Lusa

Economia Banca

No encerramento do debate de atualidade suscitado pelo PCP, no parlamento, sobre o "sistema financeiro e controlo público da banca", Ricardo Mourinho Félix agradeceu aos comunistas a possibilidade de discutir o tema, sublinhando que após uma crise financeira prolongada "todas as discussões são legítimas" e que é necessário "ter abertura de espírito e pensamento" para discutir aquilo que muitos achavam ser "verdades fixas e que não mereciam qualquer espécie de discussão".

Reconhecendo a "perspetiva diferente" do Governo e do PCP sobre o tema da banca e do sistema financeiro e que "é assumida desde o início", o secretário de Estado disse que o executivo está assente num apoio parlamentar que "explora sobretudo aquilo que são as similitudes e os espaço de entendimento".

Nas intervenções que antecederam a de Ricardo Mourinho Félix essas diferenças foram notórias, além da divisão entre 'esquerda' e 'direita', com o CDS-PP a centrar as críticas nos comunistas e a questionar os comunistas sobre a "nacionalização das perdas da banca".

"O que estão a propor é que todas as perdas da banca corram por conta do contribuinte", disse a deputada do CDS-PP Cecília Meireles, lembrando que nacionalizar a banca, como defende o PCP, implicará também nacionalizar as suas perdas.

"Se o PCP se revolta muito contra a fatura que foi para os contribuintes - e revolta-se com razão - então por que quer mandar uma fatura que é duas, três, dez vezes maior", questionou.

O deputado do PSD Carlos Silva deixou outra questão no ar, perguntando sobre a ideia lançada pelo primeiro-ministro para a criação de um "banco mau": "com que dinheiro é que o vão criar? Para pagar o quê e a quem?", perguntou, avisando que os sociais-democratas não estão disponíveis para pagar "negociatas".

Do lado da 'esquerda' parlamentar, PCP, BE e PEV repetiram argumentos, com o deputado do partido ecologista Os Verdes a lembrar que nos últimos cinco anos o Estado colocou mais de 12 mil milhões de euros na banca.

"Ninguém hoje é capaz de defender virtualidade da propriedade e gestão privada da banca privada, não serviram o país, nem os portugueses", acrescentou o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, frisando que ao longo dos últimos anos a banca privada nunca foi parte da solução, mas parte dos problemas do país.

"A banca pública é a única possibilidade de garantir o interesse público e nacional, o controlo público da banca é condição para o desenvolvimento da soberania", disse.

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, aludiu aos "desastres públicos" que constituíram as gestões privadas do BPN, BPP, BES e Banif, concluindo que "não há nenhuma proposta de gestão privada que resista".

"Não aceitamos que o Estado seja uma máquina de reciclagem do lixo tóxico dos bancos privados", acrescentou, recusando que o Novo Banco sirva para mais um "episódio" desse tipo de "reciclagem".

O deputado Eurico Brilhante Dias assegurou ainda que o PS não irá fugir ao debate, porque não "atira para baixo do tapete o que tem de ser resolvido.

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