Os bancos gregos têm liquidez suficiente até terça-feira, altura em que está prevista a reabertura da banca depois do referendo de domingo, disse hoje a associação de bancos da Grécia.

Os bancos têm "suficiente liquidez até à reabertura prevista na terça-feira", quando o controlo financeiro imposto pelo Governo grego, na sequência do fim das negociações com os seus credores internacionais, for levantado, disse à associação.

Por outro lado, os bancos gregos dispõem de uma almofada de 1.000 milhões de euros até segunda-feira, dia em que o Banco Central Europeu (BCE) irá decidir se concede ou não novos créditos de emergência às entidades financeiras helénicas, adiantou a presidente da União Grega de Bancos, Luka Katseli.

Estas declarações foram feitas depois de uma reunião da banca com uma equipa económica do Governo, onde foram feitas análises do estado das restrições bancárias ao fim de cinco dias.

Numa mensagem para tranquilizar os gregos, o vice-primeiro-ministro, Yanis Dragasakis, assegurou que as caixas automáticas de dinheiro estão "carregadas" para todo o fim de semana.

Por outro lado, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, minimizou as preocupações perante um eventual agravamento da crise, acrescentando que os bancos vão reabrir na terça-feira, em uma entrevista à Bloomberg.

Altos cargos do ministério das Finanças destacaram que há liquidez até terça-feira, dia em que termina o decreto-lei sobre o controlo de capitais, e acrescentaram que no domingo à noite haverá uma reunião da comissão especial, composta por representantes do Banco da Grécia e da União Grega de Bancos, para planear a reabertura dos bancos.

Segundo notícias da agência de notícias grega AMNA, nos cinco dias de controlo de capitais foram levantados 390 milhões de euros nas caixas automáticas, contra 600 milhões de euros previstos.

Por outro lado, durante os dias em que os bancos abriram para os reformados que não têm cartões de crédito, foram retirados do banco 80 milhões de euros pelos pensionistas, contra 350 milhões de euros calculados inicialmente.

Os consumidores gregos, já muito penalizados pelas medidas de austeridade resultantes da ajuda externa, confrontaram-se esta semana com o controlo de capital que impôs o limite de 60 euros para levantamento de dinheiro em caixas automáticas.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, marcou um referendo para domingo para decidir se os helénicos querem ou não assinar mais medidas de austeridade em troca de mais ajuda externa.

Enquanto Tsipras apelou aos eleitores a votar 'não', os líderes europeus alertaram que caso este vença poderá significar a saída da Grécia do euro

As sondagens mostram que o 'não' e o 'sim' estão muito próximos, embora se admita uma transferência de votos a favor das medidas de austeridade perante o fecho dos bancos esta semana e as notícias que apontam que a Grécia está oficialmente em incumprimento ('default').

O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) da zona euro disse hoje que a Grécia está oficialmente em incumprimento, mas a declaração não terá consequências imediatas.

O FEEF declarou, em comunicado, "um caso de incumprimento pela Grécia", mas adiantou que "foi decidido não pedir o reembolso imediato dos empréstimos nem recorrer ao direito a agir".