Sindicato acusa presidente da TAP de se fazer de vítima
O presidente do Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) acusou hoje o presidente da TAP de se fazer de vítima e de inventar desculpas para as perturbações que afetaram a operação da companhia durante os meses de verão.
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"O engenheiro Fernando Pinto encontrou em Portugal o terreno fértil para o seu tipo de argumentação que é pompa e circunstância quando alguma coisa corre bem e depois os erros de gestão operacional são vítimas de circunstâncias", afirmou Jaime Prieto à Lusa, um dia depois de o presidente da TAP ter ido ao parlamento explicar as perturbações e incidentes com a TAP.
Jaime Prieto considerou "lamentável" o discurso de "vítima das circunstâncias", considerando que "só mesmo num país de brandos costumes é que este tipo de mensagem colhe".
Jaime Prieto, que cessa funções na liderança do SPAC em meados de novembro, diz não fazer sentido acusar o INAC de ter mudado as regras para justificar o atraso na formação de pilotos, uma vez que o problema da escassez de quadros é antigo.
O dirigente sindical destacou ainda a "última explicação" que Fernando Pinto deu para as perdas decorrentes da aquisição da empresa de manutenção no Brasil (ex-VEM), à Varig em 2006, que apelida de "ruinoso negócio do Brasil".
"Um administrador executivo que vai investir no Brasil não sabe que existe um risco cambial", questionou Jaime Prieto.
O presidente do SPAC criticou ainda o "carrossel de circunstâncias" que, segundo Fernando Pinto, estiveram por detrás das perturbações na operação de verão: "Começou por dizer que era uma falha na entrega dos aviões, depois veio a falta de tripulação".
"Ontem [quarta-feira], ouvimos que levou tempo a fazer a 'revisão' dos aviões, porque as coisas tiveram que ser bem feitas. Pergunto se as coisas em aviação não são sempre bem feitas?", lançou, referindo que a adaptação das seis aeronaves, em segunda mão, "levou o tempo que, já desde o início, se sabia que levaria".
Jaime Prieto realçou ainda que "quando é para receber qualquer tipo de prémio [Fernando Pinto] está sempre disposto e vê na comunicação social um grande aliado e desta vez até a comunicação social foi visada", quando a acusou de dar excesso de mediatismo aos incidentes com aviões da companhia.
Na comissão de Economia e Obras Públicas, Fernando Pinto admitiu um número de cancelamentos de voos "fora do normal", explicando que 227 dos cancelamentos em junho e julho foram por falta de tripulação e 120 por razões técnicas.
"Quando se erra, o melhor é assumir, por todas as razões. O que nós assistimos [na quarta-feira, no parlamento] é a um carrossel de circunstâncias e desculpas em que aparentemente nada é culpa da TAP", concluiu.
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