Poeta e professores burlaram BPN em 5,2 milhões de euros com arte falsa
Um poeta, um historiador e um professor estão acusados de terem burlado o BPN ao terem vendido a Oliveira e Costa, o então presidente do banco, uma coleção de “arte pré-histórica” no valor de 5,2 milhões de euros. No entanto, escreve o SOL, as peças em questão são “muito recentes” e “artificialmente polidas” para que tivessem então um aspeto antigo.
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Economia DCIAP
Em 2007, Oliveira Costa, então presidente do BPN, comprou uma coleção de arte intitulada ‘Coleção Joaquim Pessoa’ que continha mais de 200 esculturas, peças de ourivesaria e artefactos que seriam pré-históricos.
A coleção foi adquirida pela Geslusa, uma empresa do grupo BPN/SLN, em troca de 5,2 milhões de euros. Os vendedores eram um poeta, um historiador e um professor. Segundo aqueles que são agora arguidos a coleção continha “107 esculturas Deusas-Mãe e outros artefactos ligados aos cultos da fecundidade e fertilidade dos períodos Neolítico e Calcolítico”.
No entanto, e segundo o que se pode ler na acusação a que o SOL teve acesso, os especialistas que avaliaram entretanto as obras garantem que tudo não passou de um engodo e que as peças “não tem qualquer valor histórico-arqueológico”. E mais. Os especialistas asseguram mesmo que as peças em causa são, na verdade, “muito recentes” e “artificialmente polidas e patinadas, mostrando a aplicação de camada cromática de cor amarela, pretendendo conferir-lhes aspeto antigo”.
Por seu lado, os três arguidos garantem que “as peças são genuínas”.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal deduziu a acusação contra os três suspeitos depois de uma investigação da Polícia Judiciária que durou cinco anos.
Joaquim Pessoa, artista plástico e poeta, Manuel Castro Nunes, historiador e professor, e José Gueifão Ferreira, também professor, são os três arguidos que enfrentam a acusação de burla. O primeiro é, inclusive, autor de várias músicas portuguesas, entre elas, revela o SOL, ‘Amélia dos Olhos Doces’.
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