Atualmente a jogar na equipa dos Olivais, João Marçal, internacional pela seleção portuguesa de futsal, em exclusivo ao Desporto ao Minuto, afirmou que a entrada do FC Porto na modalidade seria um grande salto para a mesma. O antigo jogador do Benfica e Sporting falou ainda sobre os seus planos para o futuro e sobre o atual panorama do futsal português.

Acha que são nomes como Ricardinho e Cardinal que podem dar mais visibilidade ao futsal português?

Acho que sim. Portugal deveria ter um campeonato mais competitivo, mas, infelizmente, as equipas que estão na primeira divisão não têm possibilidade de serem profissionais. A espaços. essas equipas vão colocando algumas dificuldades aos dois grandes, mas a diferença de ritmo é muita. É essa talvez a grande diferença quando comparamos a nossa Liga, à espanhola ou à italiana. No caso de Ricardinho e Cardinal ,que jogam em Espanha, nota-se muito o ritmo competitivo. Portugal quando joga com eles é uma coisa, e quando eles não estão é completamente diferente. São dois jogadores fundamentais na nossa seleção.

De certa forma, acha que ainda faltam alguns apoios à modalidade?

Desde que entrou a nova direção na Federação Portuguesa de Futebol e o Pedro Dias (Diretor de Futsal da FPF) acho que as coisas têm melhorado muito. A nível de incentivos para os clubes, em termos de proporcionar melhor condições… o problema é que os clubes não conseguem ter orçamentos nem patrocínios que lhes permitam tornarem-se profissionais. Nisso a Federação ate tem feito um bom trabalho, mas não chega. O facto de não haver patrocínios para todos os clubes, e o facto de os clubes não conseguirem ser profissionais, torna as coisas mais difíceis.

Tendo em conta a aposta dos grandes, nomeadamente o Sporting e o FC Porto, noutras modalidades, como o ciclismo, acha que faria bem ao futsal português poder contar com a presença do FC Porto?

Isso era cereja no topo do bolo. Acho que faz muita falta. Se realmente fosse criado, sem dúvida alguma que o FC Porto teria uma grande equipa. Se fôssemos a ver, a grande maioria dos grandes jogadores portugueses de futsal são oriundos do norte, por isso, possivelmente, se criassem essa modalidade, seria uma grande equipa. E isso ainda iria ajudar muito mais o futsal.

Aos 35 anos, já passou por Benfica e Sporting. Agora, como disse, está noutra fase da sua carreira. Quais são os seus planos para o futuro?

Tenho um projeto que apresentei em escolas e colégios, em que leciono a prática do futsal. Tem sido um sucesso e com uma grande adesão. Tem sido a minha aposta. Neste momento, estou também num clube perto de onde moro, intitulado “Escola João Marçal”, mas aquilo não é propriamente meu. É uma associação sem fins lucrativos, que é o clube de Desporto Jardim da Amoreira, onde sou o diretor-desportivo, o treinador, o vice-presidente e a presidente é a minha mulher. Começámos há cerca de quatro anos com cerca de 20 miúdos e agora temos cerca de 120. É algo grande que está a nascer.