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"'Extraordinária' revira o género dos super-heróis". Falámos com o elenco

A série, disponível no Disney+, conta a história conta a história de Jen, uma rapariga de 25 anos, sem nenhum superpoder, que vive numa sociedade onde todas as pessoas têm uma capacidade especial.

"'Extraordinária' revira o género dos super-heróis". Falámos com o elenco
Notícias ao Minuto

09:40 - 22/02/23 por Miguel Dias

Tech Disney+

Desde que foi lançado que o Disney+ pode ser considerado a ‘casa’ dos filmes e séries de super-heróis, com os conteúdos focados nas personagens e histórias da Marvel a tornarem o serviço um claro merecedor deste estatuto.

No entanto, há outra série deste género que tem dado que falar e dá pelo nome de ‘Extraordinária’. Trata-se de uma série britânica de comédia que pede aos espectadores para imaginarem como seria ser alguém que não tem superpoderes numa sociedade onde, aparentemente, todos têm uma capacidade especial.

A série, com apenas uma temporada de oito episódios, segue a vida de Jen (Máiréad Tyers), uma jovem de 25 anos que trabalha numa loja e os seus percalços na vida, dando a conhecer o seu ‘colorido’ grupo de amigos.

Mais do que focar-se nas façanhas destes ‘super-heróis’, ‘Extraordinária’ procura mostrar como estes superpoderes afetam a vida de quem beneficia deles. Ao mesmo tempo, a série serve como um retrato atual de algumas das ansiedades dos jovens nas redes sociais, ilustrando como é ser alguém - que não acredita ter algo de especial para oferecer - num mundo onde aparentemente toda a gente tem algo que a distingue e a torna especial.

Foi para saber mais sobre ‘Extraordinária’ que o Notícias ao Minuto teve a oportunidade de falar com alguns membros do elenco. Pode ler abaixo a conversa completa.

Quando te focas sempre no que não tens e no que sentes que está em falta, não estás sempre consciente das coisas que tens

‘Extraordinária’ é uma série sobre super-heróis, um segmento que atualmente muitos consideram ter demasiados conteúdos - incluindo aquelas que mostram pessoas sem superpoderes. Conseguem ver semelhanças entre esta nova série e o que está disponível?

Luke Rollason: Há outras séries e filmes com pessoas a não terem super-poderes em situações onde outras pessoas têm superpoderes. Mas são coisas completamente diferentes. Nesta série é muito sobre sentires que não estás ao mesmo nível que os teus pares, mas também sobre como as próprias inseguranças e ansiedades interagem com esses superpoderes.

É um mundo muito mundano e cómico onde as pessoas tentam apenas viver as suas vidas normais. A comparação pode ser feita com outras séries num nível superficial, mas são sobre coisas completamente diferentes - sem sequer mencionar o tom, a comédia e outras coisas.

Pode ser entendida como uma metáfora sobre os ‘millennials que vivem através das redes sociais. As pessoas veem outras pessoas nas redes sociais e acham que elas têm uma espécie de superpoder.

Penso que crescemos com muitas histórias sobre pessoas que descobrem que são as ‘escolhidas’, ou que descobrem que receberam uma carta de Hogwarts. O que parece alimentar uma cultura, como dizes, em que vemos a vida das outras pessoas e parece que elas foram as ‘escolhidas’. Considero que esta história de ‘Extraordinária’ é o reverso disso.

'Extraordinária' revira completamente o género dos super-heróis, por isso é realmente diferente de uma história de super-heróis. A escrita é fresca e diferente. Não se parece em nada com outra coisa de super-heróis que tenha visto

Máiréad Tyers: Não o conseguimos evitar, é algo muito humano. E as redes sociais alimentam tanto isso, porque acreditas que conheces a vida das outras pessoas. Mas não conheces, é tudo através de filtros e pretextos. Penso que a Jen quase saboreia não ser especial. Penso que, de uma certa forma, ela gosta disso e é o motivo pelo qual ela está sempre a procrastinar - porque está assustada com o lidar com a verdade e descobri-lo, porque, penso eu, continua a ter esperança sobre ser especial e ser alvo de atenções.

Bilal Hasna: Talvez ela use isso como uma desculpa ou justificação pela forma como ela vive e se comporta.

Luke Rollason: E seria uma série tão menos interessante se fosse apenas sobre os desafios da Jen e sobre todas as pessoas à volta dela serem especiais. Penso que o que esta série faz de uma forma muito bonita é que vemos todas estas histórias paralelas e que as personagens talvez não vejam como cada um está, individualmente, a sofrer e que os superpoderes propriamente ditos são indesejados.

Como o superpoder da Carrie, que lhe permite falar com os mortos, e que a Jen acha que é um poder muito fixe. Mas nós, enquanto espectadores, vemos a Carrie a sofrer constantemente com a sensação de que nunca será tão interessante como as pessoas que estão mortas. Penso que essa comparação é algo que parece relevante para uma geração em particular.

Sofia Oxenham: Quando te focas sempre no que não tens e no que sentes que está em falta, não estás sempre consciente das coisas que tens. Há amizades e relações e momentos muito bonitos e de grande alegria e, às vezes, porque estás tão focado numa coisa que não tens, não consegues ver isso. Mas enquanto espectadores conseguimos. Essas são as coisas que são realmente importantes.

Notícias ao Minuto© Disney  

Consideram que, no género de super-heróis, ‘Extraordinária’ consegue encontrar o seu próprio caminho e audiência?

Sofia Oxenham: Sim, porque é algo que revira completamente o género dos super-heróis, por isso é realmente diferente de uma história de super-heróis. A escrita é fresca e diferente. Não se parece em nada com outra coisa de super-heróis que tenha visto.

Máiréad Tyers: Penso que também tem um espaço no segmento de comédias britânicas. É muito colorido… Por isso dá uma sensação de ser universal em termos de idade, porque as pessoas que têm mais de 25 anos podem olhar para trás e lembrarem-se de um tempo das suas vidas onde viviam com os amigos e tinham essa família nuclear. Temos esperança de que abranja muita gente.

Luke Rollason: Penso que muitas séries de super-heróis estão relacionados com fantasias, mas, para mim, a coisa mais interessante nestas histórias são aqueles 10 minutos do início onde o protagonista é muito magro. Para mim, esta série é muito mais sobre esse período humano, onde nada parece correr bem e talvez nunca tenhas músculos.

Talvez isso nunca aconteça, mas, na verdade, é quando vês essa personagem no seu período mais humano. Para mim, não é uma comparação, acho que esta não é uma série de super-heróis - para mim, é uma comédia onde os superpoderes são uma forma de enaltecer as personagens.

Já mencionaram várias vezes o facto de ‘Extraordinária’ ser uma comédia. O que distingue uma comédia britânica?

Luke Rollason: Penso que uma coisa que é distintamente britânica/irlandesa é a alegria do mundano… Acho que consegues dizer quais são as séries que são feitas no Reino Unido e refeitas depois em outro sítio. Pensa no ‘The Office’ britânico e no norte-americano, por exemplo. Penso que o que é muito britânico nesta série é o lado mundano da vida das personagens. Há quase uma alegria na porcaria.

Máiréad Tyers: A incapacidade de comunicar é muito irlandesa e é quase um estereótipo da comédia irlandesa fazer pouco e fazer uma piada sobre tudo, ter uma incapacidade de lidar com intimidade e gozar com tudo.

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