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"A televisão vende com igual eficácia um sabonete ou um Presidente"

Os dois anos de mandato de Marcelo Rebelo de Sousa estiveram esta sexta-feira em debate no 'Esquerda - Direita', na SIC Notícias.

"A televisão vende com igual eficácia um sabonete ou um Presidente"
Notícias ao Minuto

23:01 - 09/03/18 por Melissa Lopes

Política Notícias

João Ferreira, do PCP, e António Leitão Amaro, do PSD, debateram esta sexta-feira os dois anos da legislatura do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Se para o social-democrata, o mandato de Marcelo está a ser “francamente positivo”, para João Ferreira a popularidade de Marcelo não significa “necessariamente a proximidade ao povo”.

Leitão Amaro considera que há duas dimensões em que a apreciação ao mandato de Marcelo é “bastante diferente”. “Numa dimensão, que é mais do estilo, da forma, da maneira de comunicar, é muito inovador e arrojado. Na parte das opções da governação, é muito conservador e cuidadosos”, disse o social-democrata, defendendo que chamar-lhe “política dos afetos é um bocadinho redutora”.

Na entender de Leitão Amaro, o que Marcelo fez foi, "em em vez de deixar espaço a populismos e a candidatos independentes, interpretar [a Presidência] de uma forma diferente, muito inovadora nas democracias ocidentais para candidatos moderados, estabelecendo uma relação na forma de comunicação menos institucionalizada, menos formal. É uma comunicação mais próxima, mais empática”, prosseguiu nos elogios.

Opinião diferente tem João Ferreira. Reconhecendo que o estilo do atual Presidente é muito diferente de quem o antecedeu, o comunista recordou uma frase de Emídio Rangel que se tornou célebre - “a televisão vende com igual eficácia um sabonete ou um Presidente da República” - para comentar os dois anos do mandato presidencial.

“De alguma forma, vinte anos depois, Marcelo Rebelo de Sousa é a confirmação desta tese. É alguém extremamente mediático, no sentido em que ainda antes de ser PR era uma estrela televisiva, era muito conhecido, nem tanto pelo desempenho de cargos públicos, mas fundamentalmente pelo desempenho televisivo”, atirou. Para João Ferreira, Marcelo é “extremamente hábil na gestão da sua imagem mediática e na sua projeção” e alertou para o facto de “esta imagem extremamente bem gerida de popularidade” não significar “necessariamente proximidade ao povo”.

“Nalgumas [isso] vezes ficou evidente”, reforçou, dando o exemplo do protesto de 30 dias das trabalhadoras da ex Triumph, onde o Presidente não esteve.

“Se há coisa que não se pode dizer dele é que não esteve com quem precisa”, contrapôs Leitão Amaro. João Ferreira voltou a argumentar, defendendo que “ao contrário do que por vezes circula, ele não esteve em todo o lado, com toda a gente, a toda hora”.

“Para quem acredita, como eu, só Deus”, respondeu ainda Leitão Amaro.

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