Marisa Matias 'aponta o dedo' a Bruxelas e defende políticas portuguesas
A eurodeputada bloquista deu como exemplo o que foi feito em Portugal contra as opiniões de Bruxelas.
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Política Eurodeputados
Esta quarta-feira, o Parlamento Europeu discutiu as desigualdades socio-económicas na União Europeia e Marisa Matias sublinhou que discorda de determinadas medidas que são apresentadas e que, na prática, não são executadas.
“A Comissária apresentou propostas como o aumento dos salários ou a criação de emprego. 'Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço...'. Num dia pedem para facilitar os despedimentos em Portugal, no outro isto”, escreveu a eurodeputada, explicando o que estava em causa na sua intervenção.
Durante a sessão, e após a intervenção da comissária europeia, a bloquista foi perentória num 'ataque' a várias políticas: “Fala-se aqui nas desigualdades económicas como se elas fossem resultado da vontade divina ou de alguma catástrofe natural, mas não são, são resultado de políticas concretas, muitas delas impostas por esta União Europeia”.
Na opinião da ex-candidata à Presidência da República, estão em causa resultados como “a política de liberalização do mercado laboral, a precariedade, os salários baixos, o desemprego elevado, os níveis de pobreza insustentáveis”.
“A senhora comissária apresentou, entre outras propostas, o aumento dos salários e a criação de novos empregos e o que lhe pergunto é como é que isso é compatível com a recomendação que esta semana a Comissão Europeia fez a Portugal e a Espanha para dizer que é preciso ir mais longe em reformas que reduzam a proteção laboral excessiva nos contratos permanentes. São os contratos precários que aprofundam a desigualdade, são os salários baixos que aprofundam a desigualdade”, defendeu a eurodeputada.
Nesta senda, Marisa Matias realçou que é preciso “criar empregos, mas empregos com direitos” e defendeu o exemplo nacional. “Em Portugal aumentou-se o salário mínimo contra Bruxelas, repôs-se os cortes contra Bruxelas e espero que também se reforce a legislação laboral contra Bruxelas”, rematou.
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