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Desesperado? "As indicações que tenho é que vou claramente à frente"

O candidato à liderança do PSD considera que esteve "muito bem" no primeiro debate. Além disso, refere que "vai claramente à frente" de Santana.

Desesperado? "As indicações que tenho é que vou claramente à frente"
Notícias ao Minuto

21:57 - 08/01/18 por Melissa Lopes

Política Rui Rio

Rui Rio reafirmou esta noite, em entrevista à SIC Notícias, que Pedro Santana Lopes lhe deve um pedido desculpas. A ele e aos restantes militantes do partido. Em causa está o primeiro debate entre os dois candidatos à liderança do PSD. Rio aproveitou também para criticar o tom e a estratégia usada pelo seu adversário.

Interrogado pela jornalista Clara de Sousa sobre se está desesperado, Rui Rio afiançou que não está e explicou porquê.

“Primeiro, porque as indicações que tenho, e que ele [Santana Lopes] tem, é de que vou claramente à frente. Mas se fosse claramente atrás não ficava desesperado”, disse. Para Rio, a disputa pela liderança no partido não é um caso de vida ou de morte. “Um ganha e outro perde e a vida continua. Não é uma coisa absolutamente decisiva”, fez sobressair o candidato.

O antigo autarca admitiu que talvez falte “afinação” na mensagem que quer transmitir nesta campanha, mas “mais do que isso não”. “Se eu vou para um debate e faço aquilo que o meu adversário fez na primeira parte, o debate baixava a um nível insuportável”, apontou, certo de que “esteve muito bem” na postura que teve.

“Podia dizer duas ou três trapalhadas, mas queria que eu fosse dizer as trapalhadas todas? Ele depois contestava uma a uma? Onde é que aquilo ia parar?”, deixou no ar a questão. “Santana deve um pedido de desculpas a mim e aos militantes”, atirou, sustentando que se tivesse adotado a mesma postura de Santana, “tinha sido muito mau para o partido”.

Na opinião de Rui Rio, Santana representa “instabilidade” desde 2004. “Naquilo que é essa instabilidade de que decorrem as trapalhadas da altura, temos hoje situações parecidas, talvez com uma intensidade menor. (...) Nisto dos debates, quase dia sim dia não propunha coisas diferentes. Faz lembrar essa instabilidade”, referiu, apesar de a sua postura não ser a de ir para uma entrevista "dar cabo do adversário". "Tem de haver algumas regras", vincou ainda. 

“PSD ganhou as eleições, PS deveria ter deixado que Passos governasse”

Nesta entrevista, Rui Rio sustentou que a sua prioridade, caso venha a ser primeiro-ministro, é o crescimento económico, assente nas exportações e no investimento. Voltou a esclarecer por que razão apoiaria um governo PS minoritário, no caso de os socialistas vencerem as Legislativas.

E as políticas deste Governo vão em sentido contrário àquilo que Portugal precisa para o futuro

“Como estamos num cargo público, temos de medir as consequências daquilo que fazemos e não imediatamente no dia seguinte e para a eleição seguinte. E aquilo que é o erro deste Governo, no quadro da solução encontrada muito encostada à Esquerda, é que faz absolutamente o indispensável no que concerne ao cumprimento dos parâmetros fundamentais para termos um melhor futuro”, criticou. 

Prosseguiu dizendo que é fundamental ter a dívida a descer e o orçamento equilibrado. “Mas depois temos de ter outro modelo económico que tem de assentar nas exportações e no investimento”, disse, sublinhando a necessidade de uma política pública que assegure o melhor ambiente para os empresários poderem investir, os nacionais e os estrangeiros. E as políticas deste Governo vão em sentido contrário àquilo que Portugal precisa para o futuro”, frisou.

Quanto aos sucessos económicos deste Governo, Rio disse que “pode-lhe correr um pouco melhor a vida, na conjuntura, enquanto a economia internacional puxa pela nossa”. Coisa diferente, continuou, “é quando a economia dobrar o ciclo: volta a vir à baila a falta de robustez".

Sobre este Orçamento do Estado, o candidato a suceder a Passos Coelho afirmou que "se pensarem no futuro, em vez de subir o IRC, podendo, deviam era descer um pouco o IRC, para que haja mais investimento e mais criação de emprego (…) Precisamos de ter emprego de qualidade. Emprego em que os jovens saiam da faculdade e possam aspirar a ganhar 1000 euros", defendeu. 

Sem crescimento económico, insistiu, “não há saída airosa", reforçou, tomando ainda uma posição que considerou por vir a ser uma "página escandalosa" de jornal. "Finanças públicas bem geridas devem ter um ligeiro superavit, quando a economia está em bom crescimento, para poderem ter défice quando a economia começa a cair, e com isso amortecer os efeitos negativos da crise. É assim que sei governar seja uma empresa, seja uma câmara, seja as minhas próprias finanças"

Quanto às políticas do PSD do tempo da Troika, Rio disse que a "combinação das medidas podia ser diferente" e que podia ter havido "mais cuidado com os pensionistas". 

Sobre o possível apoio ao PS, Rui Rio admitiu: "É isso que os militantes querem de mim, não é aquilo que os militantes do PSD eventualmente querem que eu diga hoje. Se estou na política, é para fazer diferente", começou por dizer sobre o tema. 

E explicou aquilo que já havia explicado durante a tarde: "O PSD ganhou as eleições, o PS deveria ter deixado que Passos Coelho governasse. O que é o meu adversário está a dizer? Que faria o mesmo a António Costa que este fez a Passos Coelho. Isto não é coerente. E as pessoas podem, num momento mais emotivo, não perceber isto, mas no momento seguinte percebem exatamente a contradição"

Rio quis esclarecer por fim que a possibilidade de um bloco central existe mas que só aconteceria em "condições absolutamente excecionais". "Dá a sensação que eu ganho as eleições no próximo sábado e que estou na semana seguinte a apoiar o PS. Era o que faltava", disse, esclarecendo que antes de 2019 não estará "disponível para nada com o PS", a não ser em "medidas pontuais". 

Quanto ao PSD, de a acordo com a visão de Santana, "ou tem maioria absoluta, ou então o PS é atirado para a Geringonça por mais quatro anos". 

 

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