Bloco acusa militantes de "burla" durante autárquicas e abre inquérito
O partido diz que grupo de militantes que pertencem ao Socialismo Revolucionário se fizeram representar pela campanha do Bloco. Grupo Socialismo Revolucionário fala em “purga”.
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Política Polémica
O Bloco de Esquerda instaurou uma Comissão de Inquérito a oito militantes acusados de se terem feito passar pela campanha oficial do Bloco para a freguesia de Benfica durante as autárquicas.
Os militantes em questão, que fazem a denúncia, são membros do grupo Socialismo Revolucionário, indicando que a cabeça-de-lista do Bloco para a freguesia de Benfica, Joana Grilo, terá acusado a organização de “burla”, referindo que venderam “livros” como se fossem publicações do partido e que receberam donativos financeiros que deveriam ser dirigidos ao partido e não ao coletivo Socialismo Revolucionário.
Em publicações colocadas numa página de protesto no Facebook, o grupo Socialismo Revolucionário refuta as acusações de Joana Grilo.
“Não podemos deixar de classificar estas acusações como gravíssimas, infundadas e, por muito que nos custe, difamatórias e mentirosas”, pode ler-se no post. O grupo acrescenta que está a ser alvo de uma purga por parte dos dirigentes do Bloco de Esquerda.
O grupo explica que queria fazer campanha pelo Bloco em Benfica e que “numa primeira fase, contactámos a Mesa Nacional para a informar desta intenção e para pedir autorização na utilização do material oficial do BE. Na resposta, dada pela Comissão Política, foi-nos recusado o uso de qualquer material oficial da campanha”.
Decidiram então utilizar panfletos próprios e identificarem-se como membros do Socialismo Revolucionário mas mantendo “o apoio ao Bloco”. Os elementos do SR venderam exemplares d'A Centelha, a sua publicação oficial, a tal que o Bloco acusa de serem publicações do partido.
Quanto ao dinheiro que receberam e que motivou a acusação de burla, o Socialismo Revolucionário esclarece que divulgou um “apelo financeiro explicitando os nossos objectivos políticos e os fundos necessários para os cumprir”, e que portanto o dinheiro não foi dirigido ao Bloco.
Os militantes compareceram perante a Comissão de Inquérito do Bloco de Esquerda no dia 7 de novembro mas recusaram ser inquiridos individualmente.
“Apresentamo-nos juntos, não aceitando o modelo de audições individuais por vós proposto, desde já porque sofremos uma acusação colectiva, mas, acima de tudo, porque não só o processo de inquérito como a conduta da própria Comissão estão feridos de ilegalidades estatutárias e civis, que atentam contra os direitos democráticos de aderentes que, em toda a sua conduta, cumpriram escrupulosamente os estatutos do partido e agiram em conformidade com o espírito do seu Manifesto”.
O Notícias ao Minuto contactou o Bloco de Esquerda para obter uma reação mas o partido recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto.
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